Muito se tem falado de divórcio e da maneira de simplificar procedimentos. Estou de acordo que, para haver casamento pelo menos duas pessoas têm de o querer. Já quanto ao divórcio a coisa fia mais fino. Porque a maioria dos casamentos acaba por vontade apenas de um e não de dois. E quase sempre esse um é mulher. Porque os homens são acomodados, lá conseguem ir levando a sua vidinha mansa, uma aventura aqui outra acolá... enfim, todos sabemos que as mulheres são quase sempre desrespeitadas pelos maridos mas, desde que não o saibam, tudo bem. O pior cego é que não quer ver e muitas mulheres não querem ver ou não se importam dos "affaires" dos maridos desde que em casa tudo continue a passar-se sem grandes sobressaltos.
É claro que o contrário também acontece. As mulheres traem os seus maridos. Só que, neste caso o que elas querem mesmo é acabar com o casamento, porque na generalidade e por uma questão cultural, as mulheres só se metem em aventuras quando estão apaixonadas e portanto quando o seu casamento já está acabado, embora ninguém (às vezes nem mesmo elas), tivessem dado por isso.
Esta é a generalidade dos casos.
No meu caso o casamento acabou porque eu quis. E não havia uma terceira pessoa. Havia era a consciência de que aquela união não tinha pernas para andar, que "não se ama alguém que não ouve a mesma canção), que não basta assistir ao parceiro dizer de espontânea vontade eu traí-te com fulana de tal, para que tudo fique bem. Às vezes, só a verdade não basta. Quando não existe amor, a verdade por si só não basta.
Não me foi fácil alcançar o divórcio. Os homens têm alguma dificuldade (ou tinham há 30 anos atrás) em aceitar o divórcio. Sentem-se assim a modos que derrotados, afinal ela vai-se embora, de mãos a abanar só porque se quer ver livre de mim o mais depressa possível. Afinal devo ser "um monte de merda" para que ela me faça uma coisa destas.
Neste sentido é bom que se facilitem as coisas. Um casamento feliz é algo difícil de alcançar, mas gramar uma vida inteira alguém, só por comodismo ou pelos filhos... não!
Arranjem lá uma maneira de facilitar a vida das pessoas que não pretendem ser infelizes o resto das suas vidas. Para que elas não tenham que perder muito do seu tempo em tribunais até conseguirem aquilo que desejam e que se trata de um direito fundamental: a liberdade de escolha.