26 abril, 2008

Somos muito burros.


Em Portugal alguém se lembra de aplicar uma indemnização no montante de € 30.000 a um homem só porque ele tem criado, educado, acarinhado, alimentado, vestido, etc., etc., uma menina que lhe foi entregue pela mãe biológica aos 3 meses de idade por não ter as condições mínimas para ficar com a criança. Tudo o que consigo ver são actos de amor. De quem "deu" uma filha e de quem a recebeu para dela cuidar como de filha biológica se tratasse.
A mãe adoptiva da criança receberá provavelmente a mesma pena na próxima semana. Pode ser que os nossos Tribunais estejam repletos de cabecinhas brilhantes. Mas eu sou burra. E como eu, a maioria dos portugueses. Somos mesmo muito burros, (sem ofensa para os animais que são bem inteligentes). Tão burros que insistimos em continuar a acreditar que o futuro deste país ainda é possível.
Porque numa reportagem sobre crianças com cancro (o menino de Vila Real de que já falei por aqui, continua a lutar pela vida enquanto não aprece uma medula compatível que o salve), ouço um menino dizer "os médicos disseram-me que eu só tinha 1% de probabilidades de viver, mas eu troquei-lhes as voltas" e as lágrimas vieram-me aos olhos. Porque as crianças deste país têm que ser mais acarinhadas, mais protegidas, mais amadas por todos. Para que não desapareçam e se esfumem no ar, muitas delas. Para que a saúde seja um bem a que todas têm direito. E a educação. E o pão.
Mais uma vez, como Augusto Gil digo" mas as crianças Senhor, porque lhes dais tanta dor..."

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