Paulo Portas é um tipo de quem não gosto. Estou no meu direito. Isso não me impede de reconhecer que o tipo é inteligente e geralmente bem informado. Por isso é que me chateia ele vir agora com esta estória da ASAE e dos objectivos. Paulo Portas tem obrigação de saber tão bem como eu, o que é o SIADAP. Bem sei: eu sei melhor. Afinal sofro-o na pele desde 2005... Mas de qualquer modo ele sabe muito bem que todos os serviços do Estado têm que cumprir objectivos, por muito estapafúrdios que sejam em ralação ao serviço que prestam.
Eu já contei aqui, que a maior parte dos serviços informativos do Estado, têm como objectivo atender os utentes no espaço mínimo de tempo possível. Porque é com certeza possível quantificar o número de clientes que um funcionário atende por dia... o que não é possível, é saber se a pessoa foi realmente informada, se ficou realmente a saber o que desejava ou se desistiu por sentir que a pessoa que o devia informar como deve ser, tem que fazer de conta que informa mais umas dezenas de pessoas ao longo do dia.
Os professores têm que cumprir o objectivo de "passar" alunos de ano. Não têm que ensinar, isso não importa... o que importa são os números. E esses só se podem quantificar pelo número de alunos passados, para depois se poder dizer que a escola em Portugal é um sucesso.
E por aí fora. O exemplos estapafúrdios não param. E é por isso senhor Paulo Portas, que assim como assim a gente até lhe perdoa o facto de gostar de feiras e mercados. Pelo menos aí toda a gente percebe que está a fazer propaganda. Aqui, se calhar há muita gente que fica a pensar que os agentes da ASAE são os maus da fita. Não são. Os maus da fita são os que impuseram à Administração Pública um sistema de avaliação que já foi deitado fora como lixo pelas empresas privadas há anos.
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