E é assim que eu, que não gosto de dias internacionais, na maior parte das vezes para celebrar coisas que acontecem todos os dias e que são importantes apenas para meia dúzia, estou aqui, incluindo-me na meia dúzia que gosta de livros e que acha importante celebrar o dia internacional do livro, ou seja o dia internacional do amigo, porque não há nenhum amigo mais dedicado, mais desprendido, mais partilhado sem problemas do que o livro.
Aqui há uns anos foi tomada uma iniciativa que achei interessante. Deixavam-se livros em locais muito frequentados como transportes públicos, por exemplo. Só pega num livro quem gosta de ler. Podemos deixar um livro à vista dentro do carro, que muito dificilmente o veremos assaltado por causa de um livro. É dos objectos menos cobiçados por ladrões. Nem mesmo os ladrões de arte se dedicam ao furto de livros... o que é para mim uma coisa perfeitamente estranha, porque os livros são tão importantes quanto a pintura ou outra qualquer forma de arte. Com a vantagem de poderem ser transportados com facilidade e usados nas mais diversas circunstâncias.
Por exemplo, ninguém levará um quadro ou um piano para se entreter na praia. Já um livro... percebem o quero dizer? É verdade, estou a ponderar seriamente, tornar-me uma ladra de livros, logo que me aposente. Terei então todo o tempo do mundo para me dedicar a uma actividade muito mais lucrativa do que qualquer outra: é verdade que não vou ganhar dinheiro com os livros que roubar, mas ficarei com certeza infinitamente mais rica em saber...
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