ando há uns tempos para contar esta estória. quando li "dama polaca em limusine preta", por exemplo. hoje em "conversa on line" com um amigo de muitos anos, a propósito da foto da sua moto bmw. decidi pois que hoje conto a minha experiência com a limusine preta. eu tinha terminado uma relação afetiva de quase 20 anos e decidida a não desmoronar. tudo o que sobrara de mim eram pedacinhos impossíveis de colar. eu precisava de começar de novo. sozinha. mostrar a mim mesma que era capaz de fazer tudo o que tinha feito com aquele "ele", que não merecia mais a minha confiança, por muito que ainda o amasse. liguei a uma amiga que tem uma agência de viagens e pedi-lhe que me arranjasse uma semana em maiorca. fui trabalhar de manhã (era um sábado) e à saída fui directamente para o aeroporto. o voo fazia escala em madrid. uma seca, para quem está ansiosa por uma semana de férias. o avião aterrou em maiorca por volta da uma da manhã. puxando o meu trolley, ia procurando por alguém que tivesse o meu nome num cartaz. mais de meia hora e nada. quando decidi deixar o "ponto de encontro", ouvi o meu nome pelos altifalantes. existira um desencontro, a agente pediu desculpas e disse-me que seguisse um homem, que me levaria ao meu hotel. o homem era muito pequenino (baixinho e magrinho), e nadava dentro da farda. eu olhava-o e tinha vontade de rir. era como se estivesse dentro de um filme cómico. o meu espanto cresceu, quando o pequenino me abriu a porta traseira de uma enorme limusine preta. às três da manhã, atravessei magaluf naquela limusine preta, com uma quantidade de gigolos sentados nos muros das ruas, certamente pensando, que ali, ia uma cliente em potencial.
Um blog do dia a dia, com muitas estórias, alguma poesia, música, fotografia, crítica, comentários... para desabafar, porque sem um grito ninguém segura o rojão!
24 abril, 2013
17 fevereiro, 2013
Não me peçam razões
Não me peçam razões,
que não as tenho,
Ou darei quantas queiram: bem sabemos
Que razões são palavras, todas nascem
Da mansa hipocrisia que aprendemos.
Não me peçam razões por que se entenda
A força de maré que me enche o peito,
Este estar mal no mundo e nesta lei:
Não fiz a lei e o mundo não aceito.
Não me peçam razões, ou que as desculpe,
Deste modo de amar e destruir:
Quando a noite é de mais é que amanhece
A cor de primavera que há-de vir.
(José Saramago)
Ou darei quantas queiram: bem sabemos
Que razões são palavras, todas nascem
Da mansa hipocrisia que aprendemos.
Não me peçam razões por que se entenda
A força de maré que me enche o peito,
Este estar mal no mundo e nesta lei:
Não fiz a lei e o mundo não aceito.
Não me peçam razões, ou que as desculpe,
Deste modo de amar e destruir:
Quando a noite é de mais é que amanhece
A cor de primavera que há-de vir.
(José Saramago)
uma besta
o meu vizinho de cima é uma besta. não encontro outra palavra que melhor o descreva. uma besta. se não fosse realmente uma besta até se poderia dizer que é bonito... infelizmente é apenas uma besta. já lhe conheci várias mulheres e de todas elas só nunca ouvi a que primeiro viveu com ele aqui. as discussões entre ele e as suas mulheres são terríveis e acabam frequentemente com ameaças de morte. de parte a parte. de cada mulher que lhe conheci existem filhos. da actual tem uma menina que enquanto recém nascida não se ouvia mas que actualmente faz birras de fazer inveja aos pais. não admira. limita-se a seguir o exemplo que tem em casa todos os dias. hoje pela hora do almoço ouvi mais uma das zaragatas do costume. às tantas ela gritou mais uma vez que se ia embora. não sei se foi mas durante o resto do tempo só o ouvi a saltar à corda. outro dos costumes do meu vizinho que me atormenta. salta à corda durante uma eternidade. como uma besta. sem qualquer respeito pelos vizinhos. criaturas assim deviam viver isoladas para não incomodarem ninguém. ou em prédios só habitados por bestas. para não estragarem mais do que a própria casa.
15 fevereiro, 2013
o melhor do twitter
"Um Céu Aberto com ESTRELAS possíveis de serem apanhadas e guardadas / n'uma gaiola SEM paredes de fechar ninguem ..."
os escurinhos
estava na sala de espera de um hospital esperando ser chamada para a consulta. tirei o tablet da mochila e preparei-me para ler mais um conto on line da edição do dn. tinha escolhido um lugar que me pareceu mais sossegado mas logo percebi que tinha escolhido mal: ao meu lado um casal não muito jovem começou a conversar. alto o suficiente para me tirar a concentração necessária para continuar a ler e para me obrigar a ouvir a conversa. falavam de alguém que ao fim de muito tempo tinha conseguido alugar a casa. e aqui é que bateu o ponto. segundo o homem a casa tinha sido alugado a um casal de "escurinhos". esta terminologia que os supostos não racistas encontraram para falarem de pessoas de raça preta abala o meu sistema nervoso. não faltava a loura burra que se refere assim aos pretos e o sindicalista que falou assim do homem preto do fmi... tinha que ouvir o termo mais uma vez. pelos vistos é moda. deve ser como dizer "à séria". e a propósito se digo pretos e não negros é porque também digo brancos e não alvos.
(Foto do Jornal Público, on line)
14 fevereiro, 2013
afinal foi só um sonho bom
o mar batia em fúria e lindo na minha varanda. a espuma das ondas desfazia-se nos vidros e estes mantinham-se completamente limpos. acordada pelo barulho do mar levantei-me e fui à janela. estava eu quieta a olhar o mar quando chegaram os meus pais. julgo que acabavam de fazer uma viagem. as malas assim o indiciavam. senti o braço do meu pai no meu ombro e pousei o meu nos ombros de minha mãe. ficámos a ver o mar da janela. nada dissemos. não havia nada que pudesse ser dito que acrescentasse o que quer que fosse ao que sentíamos. unidos a ver o mar bater na janela. acordei do sonho. mas por instantes voltei a ser muito feliz.
(foto da internet)
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