Fecham-se os dedos donde corre a esperança,Toldam-se os olhos donde corre a vida.Porquê esperar, porquê, se não se alcançaMais do que a angústia que nos é devida?
Antes aproveitar a nossa herançaDe intenções e palavras proibidas.Antes rirmos do anjo, cuja lançaNos expulsa da terra prometida.
Antes sofrer a raiva e o sarcasmo,Antes o olhar que peca, a mão que rouba,O gesto que estrangula, a voz que grita.
Antes viver do que morrer no pasmoDo nada que nos surge e nos devora,Do monstro que inventámos e nos fita.
1 comentário:
Que lindo, intenso, forte, belo, terrivelmente belo poema.
Por que morreste?.
Eras maior do que a vida.
EA
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