« A condenação à morte de Ceausescu não foi pior nem melhor que a de Saddam. A condenação à morte e barbárie de milhares de curdos não foi melhor que a morte do seu ditador( Saddam).A morte de milhares de jovens suicidas, psicologicamente manipulados, por esses dirigentes " espirituais", não é melhor que qualquer outra pena de morte.A morte de tres mil inocentes nas Torres de Nova Iorque foi uma pena de morte de um terror inaudito.A morte daqueles herois que evitaram sabe-se lá quantas centenas ou milhares de mortes mais, forçando o avião a cair noutro local, foi uma pena de morte também, como as de Nova Iorque,sem qualquer julgamento.A condenação à morte sumária e como espectáculo público de milhares de mulheres, só porque são mulheres e não podem usufruir da sua plena liberdade, é uma pena de morte que devia envergonhar o mundo inteiro.O ser humano não aprende que não se podem condenar uns e ilibar outros por motivos tenebrosamente iguais. O não à pena de morte tem de ser total e absoluto e não segundo critérios políticos ou outras intenções que só mentes doentes podem conceber»
Subscrevo inteiramente as palavras acima citadas, da autoria de Maria Manuela Mensurado ( Sintra ), que constam na Tribuna Livre. do DN, de 10 deste mês, e ao transcrevê-las no nosso blogue, dedico-as a todos aqueles e aquelas que exultaram, no dia da tragédia das Torres de Nova Iorque, dizendo: « Bem feito, América, estavas a precisar de uma coisa assim»!!, e também para os muitos e muitas, que proclamando-se católicos, apostólicos, romanos, e fazendo parte da dita civilização ocidental, judaico-cristã, etc, não o disseram, mas pensaram!!.( Claro que não falariam assim, nem tal pensariam, se tivessem filhos seus, ou maridos, ou mulheres, ou amantes, ou amigos verdadeiros, naquelas Torres ).
A mim, pessoalmente, que sou facilmente enganado, não me enganam neste caso, porém. Já tive oportunidade de escrever neste blogue que aquando da morte de Sá Carneiro vi as mesmas manifestações de alegria numa manifestação democática de extrema esquerda no Rossio. Também escrevi que na margem esquerda, no Barreiro, os camaradas do PCP festejaram, no dia seguinte, e comeram um borrego, ou um porco, tanto se me dá. Passados tantos anos, a mentalidade humana custa a mudar de paradigma, não obstante os muitos milhares, ou milhões, sei lá, de judeus, mortos, nos Campos de Concentração, na Alemanha, com o conhecimento, vejam bem, de muitos países da Europa civilizada e até do Vaticano, Santo Deus seja louvado!. Para não falar dos muitos milhares que morreram nos campos da Sibéria nos tempos áureos do grande camarada Staline. E dos muitos milhares que estao morrendo à fome na Coreia do Norte sob o regime despótico de um louco que tem uma indiferença total pela vida do seu povo, só ambicionando dominar o Pacífico, pelo menos...E a fome, em África. E a fome na Índia, onde os nossos governantes agora vão, como se se tratasse de um paraíso na terra, onde se esconde o remédio para a riqueza de Portugal!!E nas Filipinas, e nos favelas do Brasil, e no Nepal, e...
Sou contra a pena de morte, sim. É algo de terrível. Vivi durante 9 anos, à beira de Zuhai, China, cidade que fica ao lado de Macau e onde a morte era servida em directo pela televisão. Antes de morrerem , os chineses eram postos em cima de camionetas descobertas. Que davam a volta à cidade. Para todos verem. Depois, a camioneta entrava num estádio. Cheio de gente. Que ia assistir. Era dado em directo para efeitos pedagógicos. Eu sei que faz parte da cultura daquele país. Mas este é um elemento cultural a banir. Até que... um funcionário os liquidava, um a um, com um tiro na nuca. Pensam que o processo estava terminado?!Não. Tempos depois, a família recebia um aviso para pagar a bala que o governo gastara!!.
Porque vi estas coisas, e não só, sou contra a pena de morte, tanto como sou implacável em relação aos terroristas, com quem acho abominável que, a pretexto de um pretenso humanismo, que é uma traição à memória de todos os que já faleceram às mãos dos facínoras, se queira negociar com eles.Como se a negociação fosse possível.Como se eles quisessem verdadeiramente negociar. Veja-se o que aconteceu agora em Espanha.
Não, têm de ser presos.
E julgados.
E condenados severamente.
Fora disto, do que estaremos a falar é de uma paz de pacotilha, que dá para amaciar o ego em discursos politicamente corrctos.
E que sabe a hipocrisia.
Eduardo Aleixo
2 comentários:
Sobre tudo isto há uma coisa que eu sei porque a vida se encarregou de me mostrar olhos nos olhos: a violência gera violência. É preciso parar. Como não sei. Só sei que é preciso, é urgente parar com toda e qualquer forma de violência. Todas as guerras são injustas.
Quanto à hipocrisia, quem não a usou pelo menos uma vez na vida, que atire a primeira pedra.
Caro amigo, tenho pena de não saber o seu nome, mas tal não me impede de lhe responder, começando por agradecer a sua participação no blogue, participação sempre saudável e enriquecedora.
O que tenho a dizer-lhe é que concordo consigo quanto à necessidade da paz. Que também defendo. Nada no meu texto permite concluir que defendo a violência contra a violência. O que defendo, isso sim, é uma grande firmeza dos Estados Democráticos contra os inimigos da democracia e da paz, tendo em vista a defesa de pessoas inocentes. O que defendo é a verdade e a justiça, valores incompatíveis com a hipocrisia que penso defini suficientemente bem. Caro que todos somos humanos e imperfeitos e que nesse aspecto ninguém pode, nem deve, atirar pedra nenhuma. Só que estamos perante um fenómeno social e universal, e aí, não é de pedras que se trata, mas sim, caro amigo, de outras armas bem mais poderosas e ainda por cima invisíveis e traçoeiras...
Eduardo Aleixo
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