11 janeiro, 2007

MAGIA, A DAS PALAVRAS















POEMA
( A todos os que amam a vida com AMOR )
Magia, a das palavras.
Nem palavras:
Sílabas ressonantes,
No intervalo das pedras,
Acenando às fontes do desejo.
Como é dolorosamente belo testemunhar e cantar o mundo!...
Cantar, não: gravar.
Nem gravar: olhar.
Nem olhar: beber.
Nem beber: ser, ao passar.
Ficar.
Partir.
Mas crescer.
Encher e transbordar...
Cântico sério e grave
Sem ser sisudo.
Canto alegre,
Às vezes festivo.
Sempre inocentemente adulto.
Dá-me as tuas mãos, companheira dos oásis,
Das ilhas dispersas na distância erma,
Poços de imagens belas com jumentos que bebem.
Beijos sob os ramos.
Sonhos sob as estrelas.
O importante é o cheiro do feno.
Não trair a terra à espera.
A terra chora.
A terra fala.
A terra canta.
A terra é tudo.
Tudo vem da terra.
O grande ventre da vida e da morte.
Brindemos a isso, meu amor.
Eduardo Aleixo

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