28 maio, 2006

Praia, mosquitos e terceiro mundo

Está calor. Como eu gosto! Mesmo como eu gosto, caramba!
E fui à praia... às 8.30 já lá estava e não fui a primeira, nem a segunda... quer dizer já havia mais uns tantos maduros (mais maduras que maduros) como eu, a gozar a fresca da manhã.
O médico disse-me que devia apanhar sol nos seios, por via de uns quistos que tenho. E ali estive de mamas ao léu, deitada na toalha, a ouvir música e a ler.
Até que o calor começou a apertar. Então vesti o soutien e fui dar um mergulho. A água estava óptima e eu bem satisfeita, claro!
De regresso à toalha, tirei o soutien e estendi-me ao sol. Comecei a sentir um incómodo: não era exactamente picadas, mas comichão leve. De qualquer maneira bastante incómodo. Quando olhei para o soutien vi que estava preto... os bichos são tão pequeninos que eu não conseguia distinguir se eram mosquitos ou restos de limos!
Fui de novo ao mar. Mas a situação foi piorando... comecei a aperceber-me de que toda a gente estava a ficar incomodada. E desisti da praia: afinal de contas ainda consegui aguentar 2.30h. Acho que não foi mau para uma pessoa tã comichosa como eu. E daqui a nada estou lá caída de novo, com ou sem mosquitos!

Fui levar o meu irmão ao aeroporto. Geralmente não leva bagagem, senão de mão. Ontem decidiu levar a bicicleta, uma vez que o trânsito em Dacar é de loucos. Desmontou a bicicleta toda (duvido que consiga voltar a montá-la, mas isso são outros quinhentos) embalou-a lindamente e resolveu embalar as rodas à parte. Como levava mais uma mala com livros, a bagagem somava três volumes. Ele não sabia que os 46Kg. a que tinha direito, só davam direito a dois volumes. Assim teria que pagar mais 100 euros.
A funcionária do check-in foi simpática e informou que havia um serviço no aeroporto em que se faziam embrulhos, protecção de malas, etc. Que se no tal serviço unissem os dois embrulhos com fita cola, ela aceitava fazer o check-in sem cobrar extras, uma vez que as duas peças se tornariam apenas uma.
Para lá nos dirigimos. Um dos funcionários disse logo que não fazia aquele serviço. O segundo ofereceu-se para o fazer por 20 euros. Eu pensei imediatamente "já cheguei a África". Mas a aflição era grande e o meu irmão concordou em pagar os 20 euros... só que o outro funcionário, que devia ser o "chefe" lá do estaminé, não deixou que o colega ganhasse os 20 euritos.
Desanimados voltámos ao check-in, com a intenção de embarcar apenas a bicicleta. As rodas seguiriam da próxima vez. No check-in encontrava-se um casal, decerto enviado por alguma entidade celestial, que dispunha de um rolo de fita cola, daquela bem larga e ofereceram o que restava do rolo e que era bastante.
Assim, unimos ali mesmo as duas peças, o check-in foi feito sem qualquer pagamento extra, e o outro perdeu 20 euros.
Acabava a coisa por aqui... mas não resisto a dizer que os dois funcionários dos embrulhos, são brasileiros (há coisas que estão na massa do sangue).
E foi assim que senti o dia de ontem como um dia passado num país cada ves~z mais africanizado! Qualquer dia desisto da ideia de me mudar para África. Ela está cada vez mais próxima
de mim, sem que eu mexa para isso uma palha!!!

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