08 setembro, 2012

cada um é para o que nasce



enquanto aguardo pelo "5 para a meia noite" vejo por alto o fim da tourada na rtp. os meus pais gostavam de touradas. eu gosto de bichos. confesso que gosto de ver os forcados a pegar de caras. também gosto de largadas e de esperas. gosto de brincar com os touros e gosto de montar a cavalo. ou gostava... não sei se voltarei a poder fazer alguma destas coisas. esta é a introdução para um tema que está no ar. devem ou não ser proibidas as touradas em portugal? os argumentos que se esgrimem quer de um lado quer do outro não me convencem por inteiro. nestas coisas lembro-me sempre dos versos de Sofia de Mello Bryner "As pessoas sensíveis não são capazes/De matar galinhas/Porém são capazes/De comer galinhas". não sabemos todos que o gado sofre quando vai para o matadouro? não sabemos em que condições são criadas as aves que comemos nos aviários? ou o que não vemos não nos incomoda? pelo outro lado é claro que não me parece argumento de peso o da "tradição". todos sabemos que a tradição já não é o que era. por isso não sou a favor nem contra. cada um é para o que nasce. tenhamos algum senso comum. perde a razão quem apedreja um cavalo para manifestar a sua opinião contra as touradas como perde a razão o cavaleiro que investe contra os manifestantes. tirando os vegetarianos que podem argumentar que não comem carne nem peixe por respeito aos animais (oxalá se lembrem também que não podem usar artigos em pele) tudo o resto me parece um pouco hipócrita. eu gosto de animais. tenho  dois gatos peixes e um dragão. só não tenho aves porque dão muito trabalho. dou muitas vezes comigo a pensar que não devia ter um dragão... mesmo tendo o cuidado de lhe dar liberdade uns minutos por dia. por outro lado ele já nasceu em cativeiro. não posso mudar o mundo. tento fazer o melhor que posso a minha parte. mas como carne e peixe.

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