de regresso a casa vejo a cidade flutuante que entrou na segunda feira de manhã em Lisboa de partida. à minha frente viaja um casal com mais de 50 anos. ele promete que um dia a levará a passear num navio como aquele. ela diz promessas... ele ri e responde se me saísse o euro milhões. pois é. a questão é se.. a mim por exemplo não sai. como se diz só sai a quem joga e eu não jogo. porque não tenho sorte e porque não tenho vocação. mas sobretudo porque não gosto de perder. e tenho a sensação de que se um dia tivesse tanto dinheiro assim caído na minha conta como que trazido por uma aragem de sorte seria imediatamente varrido por outra aragem de azar. é por isso que gosto daquela saída tão portuguesa pobretes mas alegretes. a vida dá e a vida tira e a única coisa com que não se pode viver é com a falta de saúde. e acho que quem já passou por situações graves de falta de saúde sabe do que estou a falar e sabe que depois de uma situação dessas o dinheiro torna-se assim uma coisa... virtual. é isso mesmo. o dinheiro não é mais do que papel. uma invenção do homem que já inventou tantas coisas. pensa muita gente que a maior invenção do homem foi a roda. concordo que foi uma coisa bem inventada. mas para mim a grande invenção do homem é deus. sem essa invenção muita gente não seria capaz de sobreviver a tanto revés que vai sofrendo ao longo da vida. teria que gastar uma fortuna noutra bengala como a psicanálise por exemplo. por isso acho que foi a maior invenção do homem. não custa nada e ajuda tanta gente que acredita que foi ele que inventou o homem.
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