18 maio, 2009

escolho estar menos só


a rapariga à minha frente foi "obrigada" a retirar a mala e o saco da cadeira do comboio. a completa falta de senso das pessoas deixa-me embasbacada. há gente em pé na carruagem para a mala e o saco da senhorita irem sentados e ninguém reclama o lugar. pois bem eu reclamei. ela agarrou na mala e no saco e pousou-os no colo e continuou a falar muito alto ao telemóvel. uma conversa num idioma de leste embora viesse a perceber que ela falava português pois foi o que fez para falar com o rapaz que a acompanhava e que se sentava à sua frente. a chamada foi interrompida por falta de saldo mas daí a nada o trrim soou e a conversa continuou no mesmo tom alto. para quem não falasse a língua só incomodou pela barulheira. antes assim. sinto-me aliviada quando chego ao meu destino. embora abstraída na leitura do romance que me acompanha não consegui abster-me completamente daquele comportamento pouco cívico e que eu pensava não existir em gente do leste da europa. provavelmente aprendeu por cá. como se costuma dizer os maus exemplos são os mais fáceis de aprender... e às tantas dou comigo a pensar que às vezes me sinto sozinha. às vezes apetecia-me não estar tão sozinha mas depois penso que é uma questão prática. é muito mais fácil estar só do que estar com alguém. pois. há sempre essa solução do 1/2. sabem como é. um é pouco dois é demais então ficamos pelo 1 e 1/2. que nem sempre é fácil porque a nossa sociedade ainda olha de través gente como eu embora cada vez sejam mais as pessoas que conheço e que pensam e agem desta forma. procuramos apenas uma forma mais leve de viver. porque é que me pus a pensar nisto? se calhar porque se tivesse que aturar alguém que estando ao meu lado passasse mais de 15 minutos ao telemóvel numa conversa gritada teria saído na primeira estação. e continuava. só. mas menos só do que acompanhada pelo gramofone.

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