19 março, 2009

O nome de Laura


O tronco que em abril de folhas
viste coberto, e onde teu nome foi gravado,
Laura, logo o verás nu, desfolhado,
que à inclemência do tempo não resiste.

Virá dezembro - e a sua bruma triste
há de envolve-lo, e o deixará gelado,
e ao frio vento norte, desgalhado
talvez se abata, a então nada subsiste.

Templo mais forte que o teu nome leve
onde não haja vento frio, e aquele
rude inverno que a cobre em branca neve

será meu coração que, humilde, em rogo
te pede que o aceites, Laura, e nele
graves teu nome com buril de fogo!

(Ventura de la Vega)

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