Um blog do dia a dia, com muitas estórias, alguma poesia, música, fotografia, crítica, comentários... para desabafar, porque sem um grito ninguém segura o rojão!
02 novembro, 2008
Poetai, poetas, poesia! Que a morte é no dia-a-dia
toda palavra semeia a flor
do próprio veneno
e cada frase vagueia
na versão do seu momento
toda palavra retesa a corda
do próprio arco
não faça versos não fale
o que valeu já não vale
mesmo que seja perverso
anote o verso resista
toda palavra se explica
no próprio verso em que habita
no instante exato do crime
toda palavra é uma pista
não se explique
tome um porre o que foi dito é o que morre
rasgue os versos vá embora
renegue tudo o que fez
copie de novo outra vez
passe a limpo e jogue fora
(Paulo José Cunha)
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