Um blog do dia a dia, com muitas estórias, alguma poesia, música, fotografia, crítica, comentários... para desabafar, porque sem um grito ninguém segura o rojão!
25 junho, 2008
Terra longe
Aqui, perdido, distante
das realidades que apenas sonhei,
cansado pela febre do mais-além,
suponho
mimha mãe a embalar-me,
eu, pequenino, zangado pelo sonho que não vinha.
Ai, não montes tal cavalinho,
tal cavalinho vai terra-longe,
terra-longe tem gente-gentio,
gente-gentio come gente"
A doce toada
meu sono caía de manso
da boca de minha mãe:
"Cala, cala, meu menino,
terra-longe tem gente gentio
gente-gentio come gente".
Depois vieram os anos,
e, com eles, tantas saudades!...
Hoje, lá no fundo, gritam: vai!
Mas a voz da minha mãe,
a gemer de mansinho
cantigas da minha infância,
aconselha ao filho amado:
"Terra-longe tem gente-gentio,
gente-gentio come gente".
Terra-longe! terra-longe!...
- Oh mãe que me embalaste
- Oh meu querer bipartido!
(Pedro Corsino Azevedo)
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário