29 junho, 2008

E por falar de Justiça...


Daqui a dois ou três dias o Euro 2008 estará completamente fora de todas as conversas o que vem complicar ainda mais a vida do José. Pois se nem o Euro enquanto Portugal esteve presente conseguiu desmobilizar os motoristas que há-de ser agora, com um país que tem gente capaz de enfrentar temperaturas tórridas para se manifestar contra um governo que parece não fazer outra coisa senão desgovernar... Entretanto espero que o Euro acabe com a vitória de Espanha, pois claro, afinal se nós não fomos capazes que o sejam outros ibéricos, mais lutadores, mais exigentes e por isso mesmo com um nível de vida, apesar das dificuldades que todo o mundo atravessa, bem superior ao nosso.
Mas hoje eu queria mesmo era falar da Justiça. Aquela coisa que devia funcionar às mil maravilhas mas de que não me lembro que tenha funcionado alguma vez...Levei 18 anos com um processo em Tribunal de pensão de alimentos para os meus filhos e no fim consegui que o Juiz me dissesse que eu era uma heroína... os 18 anos ficaram para trás, o pior tinha passado e naquele momento o meu ego inchou quase a pontos de me saltar do peito.
É assim para a maioria das pessoas que recorre à justiça em Portugal. É coisa que não funciona. Já aqui contei que há uns meses fui chamada para ser testemunha num processo que envolvia o Instituto onde trabalho e ao fim de 3/4 de hora a funcionária veio anunciar que o julgamento tinha sido adiado. Motivo? A juíza que iria julgar o caso tinha mais 2 julgamentos marcados para a mesma hora e ainda por cima em comarcas diferentes...
Portanto se o senhor Vale e Azevedo e o senhor Adelino Ferreira Torres se queixam hoje e só hoje da justiça é porque são uns privilegiados. Aliás o primeiro, por dever de profissão devia conhecer bem o estado da justiça em Portugal... foi para Londres sem cumprir a pena que lhe foi imposta como eu vou lá quando posso passar um fim de semana (podia, quero dizer, que isto agora está muito mais negro para viagens de avião). Só que ele foi para viver, para continuar a vigarizar quem puder que é o que ele sabe fazer melhor... E o bastonário da Ordem dos Advogados vem dar-lhe razão. Se ele foi maltratado não foi pela justiça mas pelos media... pelo menos naquilo de que se queixa mais.
E já agora por falar em bastonário e ordenados. Eu não acho que € 6.000,00 euros seja um ordenado excessivo para quem ganhava muito mais como profissional liberal e que até estava sempre a aparecer na televisão que paga muito bem estas apresentações. O que eu acho é escandaloso que num país onde alguém que ganhe € 400,00 é considerado como alguém que tem o suficiente para viver, alguém se imponha a si mesmo um ordenado deste calibre. Então senhor bastonário, mais valia ter ficado a trabalhar como independente... afinal contará para o seu currículo esta mais valia de ser bastonário da ordem por uns anitos.

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