29 junho, 2008

Braço de mar


O mar é sempre maior
e o luar lhe faz a corte
Não há medida do homem
entre a praia e o horizonte
O mar já veio antes
da onda inventar o tempo
É ele quem trai o porto
e acende o pavio da bomba
que puxa a noite do poço
e corta os pulsos da sombra
E mesmo no sol, o mar transa
seu jogo de conveniências
suas algas postas de molho
sua escultura sem cabeça
O mar é sempre o começo
(Nei Duclós)

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