26 julho, 2007

O que quero hoje.

Casei muito nova, fui mãe muito nova e fui avó nova. Ouvi todo o dia cantar loas às avós. Ser avó é muito mais fácil que ser mãe. No percebo para que é tanto banzé. A gente escolhe quando quer ser mãe mas não escolhe quando quer ser avó.
Eu gosto de ouvir os meus netos chamando-me avó e nona. Gosto. Acho piada. Mas sei que não sou uma avó à moda antiga.
Fui avó antes dos 40. Muitos dos meus amigos ficaram estarrecidos. Alguns pensam ainda em ser pais. Eu acho que há um tempo para tudo e acho que, embora um pouco adiantada, fiz as coisas no tempo devido. Não seria, com certeza voluntariamente, mãe aos 40! Tudo tem um tempo. Acho que fui uma mãe razoável embora muito jovem. Um dia destes o meu filho do meio que fez agora 27 anos dizia-me, ainda me lembro de quando tinhas 27 anos e agora sou eu que os tenho. Pois, é a vida! Mas os 27 anos dele, acho que pesam mais do que pesaram os meus. A vida é diferente e embora eu me tenha divorciado quando o meu filho mais novo era bebé, fui mais feliz do que é o meu filho. Pelo menos este. Que carrega a vida como um fardo. Porque é muito crítico consigo mesmo, acaba sendo muito crítico com tudo o que o rodeia. Sinto-o um tanto amargo, como se tivesse 72 anos e não 27. E eu ainda me sinto na mesma. O facto de ser responsável nunca me pôs um peso em cima dos ombros. Ao contrário dele que vive dividido entre vários amores, por várias profissões, por vários países de que não gosta igualmente.
Não sei o que aconteceu com o meu filho. Mas gostava que ele aprendesse a ser feliz.
Tudo o que eu quero hoje, que dizem que é o dia das avós, é que os meus filhos e os meus netos sejam felizes.
E já agora, se não for pedir muito, que todas as crianças tenham o essencial para serem felizes: paz, pão saúde, educação... e pais e avós e tios que os amem.

4 comentários:

Bartolomeu disse...

Amen!
O desejo mais forte de quem é mãe, ou pai, é efectivamente confirmar o bem-estar e a realização dos filhos. São sentimentos intrínsecos à condição de progenitor que se reflectem no nosso bem-estar. Se eles tiverem uma existência feliz, somos invadidos por um sentimento de satisfação interior, pela certeza de termos cumprido bem a tarefa que nos propuzemos ao decidir gera-los.
Ha quem encontre cedo um rumo e descubra o caminho para que tenha uma existÊncia de acordo com o seu próprio conceito de felicidade e realização pessoal. Ha quem demore mais a identificar-se e a reconhecer esse caminho. Ha ainda quem busque incessantemente por ele.
Numa determinada corrente filosófica, todos vamos possuir durante o percurso de vida, um momento em que nos é revelado o nosso "EU" interior, não aquele que exibimos perante a sociedade e que nos leva a representar um determinado carácter, mas sim o que constitui a essência de nós mesmo. É nessa altura que acontece a viragem determinante nas nossas vidas. É nesse ponto que nos apercebemos de quem somos, como somos e qual é o nosso verdadeiro objectivo de vida. Todos desempenhamos um papel determinado e para quem não vive às cegas, compreende que desempenha ainda um papel determinante. Aquilo que deste ao teu filho, enquanto criança, dotou-o das bases necessárias para que, chegando a altura do auto-conhecimento, ele possua a clarividÊncia necessária para se identificar e se gerir.
Além do mais, esse teu filho irrequieto, tem na mãe a garantia do apoio da compreensão e do conselho atinado, portanto... com liberdade integral para que viva amores vários, em diferentes países, por onde vai trabalhando.
:)))))
Tomara eu ter assim uma experiência tão vasta no campo das relações humanas com estrangeiras... xacáver... conheci uma espanhola... e um inglesa... a espanhola era assim pró insonso, mas a inglesa... foi pena as férias terem sido tão curtas.
:))))

Maria Eduarda disse...

Então agora chama-se relações humanas? Está bem sim senhor, não está nada mal... mas não tenhas pena Bartolomeu que o que conta de verdade é a química e não o país.
Bom fim de semana.

Bartolomeu disse...

Pois... mas sabes Maria Eduarda, desde que no liceu, nas aulas de química o prof. me explicou que certos produtos químicos, quando misturados reagiam e geravam uma explusão, criei uma certa resistência aos mesmos. Comigo, o que funciona mesmo é a empatia.
Hummmm?
Ah sim?... Estás-me a dizer que empatia, ou química, são a mesmíssima coisa?
Oh diácho, então tenho de rever a minha numenclatura.
:))))

Maria Eduarda disse...

O que eu gosto neste homem é que não dá trabalho! Ele sabe as perguntas e as respostas e trata de tudo de uma penada. Ganda Bartolomeu!