Podia começar por dizer que olho o mar e penso que também dele preciso de sentir saudades. Preciso de me afastar para sentir saudades. Gosto de sentir saudades. Da minha casa, dos meus livros, da minha música, da minha rotina, dos meus amigos, de mim... Só damos valor ao que não temos. É por isso que de vez em quando gosto de me afastar de tudo e de todos os que amo para me aproximar um pouco mais. E só a perspectiva de em breve me afastar de tudo e de todos (tudo é como quem diz que não me vejo a afastar deste espaço...) me deixa numa alegria inexplicável. Os dias correm-me bem, o trabalho sai-me das mãos como água da torneira, dou um pulo à praia ao fim do dia, leio, caminho, converso, escondo-me... tudo com uma felicidade que me vem de dentro, da perspectiva de me afastar e de sentir saudades de todas estas coisas que me deixam tão feliz.
Mas afinal ando há uma série de dias para explicar aqui, porque muita gente me tem perguntado, que os textos que aqui vão ficando, são produto do instante em que são escritos. São escritos aqui directamente. Fazem parte deste tempo, deste quando, deste onde há espaço... Os meus textos evidentemente. Os meus colegas de blogue (ou seja EA porque o outro sumiu deste mapa e vai demorar um pouco até que reapareça, mas fará sua entrada triunfal, tenho a certeza), falarão por si ou não falarão conforme lhes der na gana, que a mim não me devem explicações. Como já disse aqui, às vezes falo da realidade, outras de imaginação, de sonhos de personagens que construo olhando as pessoas que me rodeiam, que comigo se cruzam diariamente. De caras que eu fixo porque contêm algum traço que me interessa ou porque são tão vulgares, tão "esquecíveis" que sinto necessidade de as tornar inesquecíveis e se me fosse dado o dom, torná-las-ia imortais.
E agora vou para o meu cantinho de felicidade, onde para já não cabe mais ninguém senão eu...
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