29 março, 2007

A AUSÊNCIA

Tu ensinaste-me a fazer uma casa:
Com as mãos e os beijos.
Eu morei em ti e em ti meus versos procuraram
Voz e abrigo.
E em ti guardei meu fogo e meu desejo. Construí
A minha casa.
Porém não sei já das tuas mãos. Os teus lábios
Perderam-se
Entre palavras duras e precisas
Que tornaram a tua boca fria
E a minha boca triste como um cemitário
De beijos.

( Joaquim Pessoa )

2 comentários:

Anónimo disse...

É a vida, como diria Munchaussen! Mas depois vai mais uma voltinha, mais uma viagem... e mudamos de casa, e saímos do cemitério. E mais um belo poema Eduardo. Parabéns para o teu blogue!

Stela.

Unknown disse...

Obrigado, Stela, por gostares do poema. Já há muito tempo que n^qao te vejo. Desculpa a pergunta: tens falado com o Amaro? Adorei estar com ele em Barcelona. Fiquei com a sensação de que ele é um homem que não merece que não lhe escrevas, nem lhe digas nada. Desculpa.
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