09 fevereiro, 2007

Velha chácara

A casa era por aqui...
Onde? Procuro-a e não acho.
Ouço uma voz que esqueci:
É a voz deste mesmo riacho.

Ah quanto tempo passou!
(Foram mais de cinqüenta anos.)
Tantos que a morte levou!
(E a vida... nos desenganos...)

A usura fez tábua rasa
Da velha chácara triste:
Não existe mais a casa...
- Mas o menino ainda existe.

(Manuel Bandeira)

1 comentário:

Unknown disse...

Que esse menino exista sempre.Sempre.Estou a vê-lo, a sorrir, a sonhar,a voar por cima das maldades deste mundo.
Que o menino esteja presente, a sorrir com a sua inocência sábia, desprezando a inveja, o ciúme, a ganância, estás a vê-lo, não estás, dentro de ti, é como se ele te estivesse a dizer: não te irrites sequer, não dês mostras de que estás a ligar, não dês pérolas a porcos, ou a porcas...