Às vezes pomo-nos a pensar em amigos de quem não temos notícias há muito tempo. Foi o que aconteceu comigo hoje. Dei comigo a pensar num amigo de quem não sei nada há pelo menos 2 anos. E pelos vistos ninguém sabe. Sumiu-se, evaporou-se... e eu tenho muita pena. A última vez que estive com ele, foi para lhe oferecer um bilhete para um concerto do Caetano Velso no Coliseu de Lisboa, a que à última da hora não pude assistir. E como ele era das poucas pessoas que conheço, capaz de o fazer só como eu, fui ter com ele para lhe oferecer o bilhete. Nunca cheguei a saber se foi, se gostou, nada...
Isto não me deixou nada magoada. Foi o único amigo que tive até hoje, capaz de me aceitar tal como sou. Entendia os meus dias seguidos de silêncio, entendia as minhas neuras, as minhas tristezas, as minhas explosões, os meus desaparecimentos... nunca me perguntou porque fazia isto ou aquilo, nunca se intrometeu na minha intimidade. Sabia que eu falaria quando tivesse que falar. E então ele ouvia, atento e não emitia opinião a menos que eu lhe pedisse!
Às vezes diziam-lhe que ele me amava. E ele respondia que sim, que me amava mas que como eu era comprometida, nem sequer lhe passava pela cabeça ser mais para mim do que aquilo que era: um AMIGO.
Tenho saudades tuas e sobretudo, custra-me o teu desparecimento sem justa causa. Receio que algo de mau te tenha acontecido e por isso tenhas desaparecido de livre vontade, ou talvez não... Espero bem que tenhas desaparecido de livre vontade. Prefiro pensar que continuas a calcorrear Lisboa com os teus caracóis ao vento.
Mas sei que nunca mais encontrarei ninguém que me entenda como tu o fazias... O que sentias por mim era mesmo amor, eu sei... porque se fosse apenas encantamento, que às vezes confundimos com amor, a nossa amizade não teria resistido a tantos anos de convívio diário... éramos demasiado parecidos para nos aturarmos se não fosse o teu amor verdadeiro e a minha amizade honesta e sincera.
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