1. Como foi possível que 6 pescadores da Nazaré tivessem morrido tão perto da praia, e nemhuma ajuda eficaz, nem dos meios aéreos, nem dos meios terrestres!..Que têm feito os governos ao longo destes anos em prol da prevenção, nomeadamente facultando a formação adequada?. E como é possível que os pescadores ainda se façam ao mar sem coletes de salvação?. A verdade é que um país que tem uma extensão marítima exclusiva tão vasta não a sabe merecer, pois tem desprezado a arte da pesca, a vida dos pescadores, e nem sabe vigiar, como deve, uma simples distância da costa!.
2. Em Paris existem cerca de um milhão de pessoas sem habitação. Algumas centenas de sem-abrigo montaram as suas tendas e dizem não sair da rua sem que o governo lhes dê habitação decente.
Um sem-abrigo luso-descendente exclamava que preferia viver na rua do que ir para aquelas instituições para onde os levam às 3 da manhã para sairem às 7 e que estão cheias de ratos e de piolhos!.
Custa a acreditar que esta situação ainda exista num país que fez uma das mais grandiosas revoluções sociais da História e que em termos de discurso político anda sempre na vanguarda da defesa dos direitos humanos!.
Não creio que em Portugal existam instituições que tenham ratos e piolhos para receberem os sem-abrigo!
Nos anos 80, havia a chamada Mitra, para onde levavam os sem-abrigo, durante a noite. Mas quando lá chegavam eram lavados e tosquiados por causa dos piolhos.Hoje, o CASL, instituição que veio substituir a Mitra, tem outras condições. E mesmo no tempo da Mitra, a despeito da escassez de meios,a situação não era aquela que o sem abrigo luso-descendente diz existir em Paris.
Seja como for, não é aceitável que uma sociedade moderna tenha um só sem-abrigo na rua. Nem é aceitável que um Estado Moderno aceite que um sem-abrigo não aceite ser levado para uma instituição, onde, ao menos, tem um tecto. Não se trata de limpar as ruas de pobres para o turista ver, como se fazia na ex-União Soviética, que vivia da propaganda. Não. Hoje, vem da Europa dinheiro suficiente para se atacar este flagelo, devendo a Segurança Social passar a privilegiar as acções de integração social das pessoas...
3. Paula Rego, que tem na Gulbenkian alguns quadros maravilhosos expostos, teve um diálogo impossível, para o tele-jornal, com uma jornalista competente sobre a matéria em apreço, mas que não conseguiu levar a artista para a lógica da reportagem, ficando-se com a ideia de que Paula Rego estava, como está, claro, em outro mundo, como se dissesse: pois, os quadros são meus filhos, são independentes, eles falam, falem com eles, comigo não...enfim: uma maravilha de diálogo, impossível.
Eduardo Aleixo
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