22 janeiro, 2007

O QUE SE PASSA COM A VISITA DE SÓCRATES À CHINA?










Têm saído notícias que indiciam indecisões sobre a data mais conveniente da ida deste governo e de mais empresários à China, o que é muito estranho, uma vez que a data da visita já tinha sido anunciada e uma viagem destas não pode deixar de ser rigorosa e atempadamente planeada, tanto mais que se Sócrates é rigoroso em tudo o que diz respeito aos negócios do Estado, também a China o é indubitavelmente.

Também já foi noticiado que se a viagem se realizar na data prevista, no fim deste mês - princípios de Fevereiro, Sócrates não terá a recebê-lo, nem o Primeiro Ministro chinês, nem o Ministro dos Negócios Estrangeiros - ambos vão deslocar-se nessa data a Angola - o que também é muito estranho e naquele pais tem um significado, que não é, por certo, um certificado de grande importância dada à visita dos representantes do Estado português ao antigo Império do Meio.

Se levarmos em conta que o objectivo mais importante para a visita de Socrates, seria dizer à China que podem contar com a nossa experiência e saber em África, para os ajudarmos a eles, chineses, a investirem em Angola, não valerá a pena fazermos tal visita, pois, pelos vistos, eles sabem ir a Angola sòzinhos, como representantes políticos da China,tendo negociado com Angola esta visita, (para esta data?!, para outra?!, sem que Portugal o soubesse para planear devidamente a sua viagem?!..).Além disso, sabe-se que os chineses já estão em força negociando em Angola e também se sabe que Portugal não o tem conseguido fazer por razões várias que nao vêm agora a talho de foice.Por isso não se percebe bem que o objectivo da viagem à China seja o de abrirmos as portas de Angola aos chineses!..

Cheira-me sinceramente que algo se está a passar, ou se teria passado, e que não foi divulgado. Até me cheira que estas indecisões possam ter a ver com uma entrevista, na minha opinião, infeliz, que Cavaco Silva deu à imprensa indiana, antes dè partir para a Índia, na qual afirmou que era mais fácil negociar com a Índia do que com a China, uma vez que a Índia é uma democracia e a China, não!..

Quem conhece o suficiente da mentalidade chinesa ( e Cavaco devia ter ouvido assessores com esses conhecimentos ) sabe que se esta entrevista foi do conhecimento de Pequim, e foi-o, certamente, poderá levantar problemas. Na China, "perder a face" é uma coisa muito grave. Receber com toda a pompa com que os chineses gostam de receber os outros Estados, com uma entrevista destas por detrás, podem crer que é, para eles, perder a face. E " perder a face " eles não gostam. A não ser que se trate de uma coincidência e que haja outros motivos. Mas aqui fica a minha opiniao.

Eduardo Aleixo

3 comentários:

Maria Eduarda disse...

E a minha opinião coincide com a tua. Aliás, já no tempo dos colonizadores os chineses estavam em Angola. Eu tenho amigos chineses da minha infância em Angola (ou melhor: angolanos filhos de chineses). Não gosto de falar de Cavaco Silva porque não gosto do homem. Só de estar a aqui a escrever o nome dele já estou a ficar cheia de borbulhas... sou alérgica, não há nada a fazer. Mas se há coisa que Cavaco não tem, definitivamente, é sentido de Estado. E depois de ter passado dias a comer arroz, pão e frutas na Índia por não suportar o picante da deliciosa comida indiana, o pouco que lhe restava... foi-se!Como dizes e eu secundo: aqui fica a minha opinião!

Unknown disse...

Eu também não gosto. Achei pirosa a reação dele e da dama ao picante. Bom, não falei nisso, porque quis cingir-me aos aspectos políticos...
EA

Anónimo disse...

Eles (os Cavacos) são uns pirosos!