21 janeiro, 2007

Epístola para Dédalo





(Esta é a singela homenagem do nosso blogue à grande poetisa que partiu hoje)




Porque deste a teu filho asas de plumagem e ceras
e o sol todo-poderoso no alto as desfaria?
Não me ouviu, de tão longe, porém pensei que disse:
todos os filhos são Ícaros que vão morrer no mar.
Depois regressam, pródigos, ao amor entre o sangue
dos que eram e dos que são agora, filhos dos filhos.

(Fiama Hasse Pais Brandão)

1 comentário:

Unknown disse...

« De Fiama recordarei a serenidade e a luz , o sorriso deslizando num vagar sem tempo » - Maria Teresa Horta

« Ela foi a mulher do som essencial, do om pobre e íntimo, do som semente, que nunca ninguém poderá apagar» - Casimiro de Brito

« Fiama era uma espécie de concha de silêncios, onde se reflectiam todas as dores e alegrias do mundo. Enquanto autora é mais célebre do que verdadeiramente conhecida, mas vamos ter agora tempo para a ler, como é costume em Portugal - onde só acordamos com os mortos nos braçs. » - Eduardo Lourenço.

É bem verdade, Eduado Lourenço.

EA