23 janeiro, 2007

CANTAREI SEMPRE A TUA VOZ DE POMBA












POEMA
Cantarei sempre a tua voz de pomba
Como um violino
Nas ruas da cidade.
O encontro festejamos,
Necessário
E livre.
Adulto.
O caminho que trilhamos é belo,
Sem exigências,
Nem prisões forçadas.
É como um rio,
E nós somos dois meninos
Que se beijam
E cantam.
É um bosque construído,
Um prado merecido,
Um fruto dividido
Que aos céus agradecemos.
Companheira das estrelas,
Dos caminhos,
Dos risos claros,
Dos silêncios partilhados com o mar,
Cantemos,
Cantemos os oásis dos eleitos,
As manhãs que nunca morrem,
Nos desertos destruidos.
Cantemos
Lado a lado
A comunhão possível
Da infância permanente,
Escondida no dia a dia descontente,
De cada rosto tão distante!...
Que música brota dos teus lábios,
Que viagem tão longa
Fazem as palavras que dizemos,
Que harmonia,
Que encanto!...
Até custa acreditar
Esta maneira sem nome
De soletrar o verbo amar...
Eduardo Aleixo