Tive finalmente acesso ao artigo de Miguel Sousa Tavares, no jornal Expresso de 28 de Outubro do corrente ano, “Cybercobardia”. Foi a minha queridíssima amiga Paula que é leitora do jornal que me trouxe a respectiva folha.
Mesmo sem conhecer o conteúdo do artigo do Miguel, atrevi-me a defendê-lo. Não porque goste dele como pessoa, mas porque lhe reconheço talento e coragem.
Também acho que na maior parte dos casos o anonimato dos bloggers se trata efectivamente de uma cobardia. Mas creio que algumas pessoas terão razões válidas para não darem a cara. Por mim, escrevo de rosto e identidade a descoberto. Transparente: quem quiser ver-me a cara basta “espreitar” aqui o meu perfil. Não tenho nada a esconder.
Naturalmente que a “rede” tem o seu lado bom e o seu lado perverso, como tudo na vida. O Miguel foi vítima de calúnias. Um dos meus cartões de crédito foi usado por terceiros para compras na Net.
Não deixei de usar o “home banking” por isso, como não deixei de andar de avião depois do atentado às torres gémeas, nem de usar o comboio e o metro depois do atentado de 11 de Março em Madrid ou do metro de Londres
Também não passei a achar que todos os árabes são terroristas potenciais ou que o Islão é uma religião menos boa do que qualquer outra.
É claro que eu não tenho a importância do Miguel Sousa Tavares. Sou uma ilustre desconhecida. Mas não é por isso que me sinto menos vítima que ele, quando sou caluniada. E também já fui. E não me dei ao trabalho de usar os tribunais porque a lentidão é tão grande, o desgaste seria tanto, que decidi resolver a questão com um bom par de estalos à caluniadora. Se fosse hoje a minha reacção teria sido outra: a indiferença é o grande remédio para muitos males. Mas nessa altura eu tinha menos 20 anos e sangue na guelra… não me arrependo do que fiz, mas hoje não gastaria uma caloria a repetir o gesto… A idade serve para nos ensinar. E nós somos mais ou menos da mesma idade Miguel, creio. Bem, tu és um pouco mais velho. Eu sou exactamente da idade do teu irmão Xavier. E também me parece que estás, como eu, bem mais calminho… O deserto faz-te bem. O mar faz-me bem. São dois desertos diferentes. Como são diferentes os desertos das nossas solidões…
Não sou um ser menos social do que era antes de me tornar “bloguer”. Pelo contrário. Tenho-me aproximado mais das pessoas e não é num espaço inexistente: é em restaurantes ou bares em que conversamos olhos nos olhos. A minha solidão não tem mais nem menos peso. Tem o peso que eu quero que tenha: é o peso que suporto, o peso de que necessito para me achar em equilíbrio.
Quanto ao fulano(a) que te acusa de plágio, não é mais do que um(a) idiota completo e cobarde. Tentei acessar ao dito blog e o mesmo encontra-se completamente vazio. Nem nome tem!
Mais grave é a atitude de quem se intitula jornalista e com certeza tem carteira profissional, mas não se dá ao trabalho de investigar o que quer que seja… o jornalismo conta cada vez menos neste país! O que conta é o número de exemplares que cada jornal vende.
É por isso que não percebo a tua raiva contra os cybernautas… há de tudo. E por mais que não queiras é um mundo real. Tão real quanto o do mau jornalismo que floresce neste país… Se calhar, se os jornais valessem a pena não haveria tanto blog. E se o jornalismo fosse melhor, talvez o que se lê pela Net também tivesse um pouco mais de conteúdo, verdade, transparência…
Só para terminar: creio que o facto do caluniador ser anónimo, não impede que seja acusado. Há maneira (e até nem é difícil) de descobrir quem é. Por muito anónimo que seja, tem que ter um IP…
Eu por mim encerrava o assunto. Quem escreveu é tão cobarde que se auto-excluiu… Alguém ainda acha que merece a pena a trabalheira?!
P.S.: estou sem NET no momento em que escrevo isto. Não sei quando poderei postar, uma vez que a Net Cabo me informou que tem o sistema informático avariado e não sabem quando poderá estar a funcionar… e está a custar-me muito segurar a curiosidade sobre o que o Eduardo Aleixo já publicou, aqui no Meu Tempo... Só sei que postou porque me enviou um sms. Mas se a curiosidade matasse eu já estava estendidinha ao comprido…
1 comentário:
Sobre este assunto também concordo que está encerrado.E bem, com esta tomada de posição da Eduarda.Só venho de novo,mas por fim, a talho de foice,e por título de curiosidade, para dizer que ontem comprei um jornal ( não interessa dizer qual), onde se pode ler que os defensores de Sousa Tavares( que tem toda a razão, como já foi dito) estão a escrever em blogues, mas sem se identificarem!!!.
Claro que isto é mesmo uma República das Bananas.
É por isso que eu prefiro o nosso blogue...
Eduardo Aleixo
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