03 novembro, 2006

CUBA LIVRE

Luís Delgado escreveu, no DN, no dia 30 de Outubro, o seguinte: « Fidel foi a maior mentira do século, mas alimentada por uma elite europeia e latino-americana, que se devia envergonhar da cobertura que foi dando a um ditador cruel que destruiu um país e reprimiu milhões de cidadãos».
Concrdo.
Não sei se terá sido a maior mentira do século, mas é uma das grandes, como grandes mentiras foram e são os paraísos anunciados pelo movimento comunista, hoje felizmente desmascarados.
A verdade, no entanto, vem sempre ao de cima.Só que às vezes leva demasiado tempo.E durante esse muito tempo quem sofre é o povo, são as pessoas inocentes.
Saber-se-à a verdade.
Prometo que vou comprar a biografia de Fidel, biografia não autorizada, pois claro, e publicada recentemente em Portugal, da autoria de Serge Raffy, jornalista de o " Le Nouvel Observateur".
Talvez vá oferecer o livro àquela rapariga cubana, que serviu, num bar alentejano, salvo erro chamado " O Havana", à nossa querida amiga Eduarda, na madrugada de 26 para 27 de Outubro, uma bebida ironicamente apelidada de Cuba Livre...
Mas dizia eu que a verdade vem sempre ao de cima.
Saberemos também a verdadeira história do mito Che Guevara.
Ficaremos a saber quantos cubanos estão presos só por clamarem por uma coisa elementar: a liberdade de expressão.
Numa noite de Outubro, os canais de televisão mostraram Fidel: um homem à beira do seu fim, expressão decadente, frágil,mas proferindo mesmo assim um discurso autista, como são todos os discursos dos ditadores.
Estas coisas diria eu à rapariga cubana, se com ela estivesse, naquela noite, no bar alentejano.
Dir-lhe-ia que adorei a sua ilha.Que é linda.Que os cubanos são simpáticos.Sao alegres.Dá prazer lidar com eles.Conhecê-los.Mas também diria que vi muita miséria em Cuba.Nada de novo: a mesma miséria que tenho visto em todos os países comunistas.
Diria mais: o povo cubano não merece o embargo económico imposto pelos EUA.Mas muito menos merece ser governado por um homem mentiroso.
Pediria então uma Cuba Livre e dir-lhe-ia:
- Sabes, o teu povo nunca se revoltou, nem vai revoltar-se, porque, vivendo isolado na ilha, não conhecendo outras realidades, que consciência pode ter sobre a iniquidade do regime?Mas tu, sabes.Já podes comparar.
Ela sorriria para mim e diria que tinha de ir atender outros clientes.Mas estou certo que aquele sorriso era de compreensão.
Um dia talvez beba com ela uma Cuba Livre .
Ou talvez não, por ela ter regressado livremente à sua Cuba Livre.

Eduardo Aleixo

1 comentário:

Maria Eduarda disse...

Ela não iria a correr atender outras mesas, ou voltaria logo após tê-lo feito, se o movimento fosse muito intenso como nessa noite. Aquela rapariga só precisa de um bocadinho de corda. E ficaria encantada por te conhecer e conversar. Tenho a certeza. Quem sabe fazemos um dia destes uma reunião no Havana? Nessa altura não terei qualquer razão para pedir uma "cuba libre" e ela vai indicar-me um cocktail de rum com limão que eu bebi do copo do meu "filho" Hélio e que estava uma delícia!