21 novembro, 2006

AS FLORES


As flores não são tudo.
Belas, só quando e porque sorri a tua boca.
Prefiro as crianças por mais sujas.

As flores não são tudo.

Nada valem
Se for Inverno no coração dos homens.

As flores....

Quero eu abri-las
Na compreensão perfeita,
No diálogo das mãos e dos corpos sem fronteiras,
No indescritível milagre
De dois seres que comunicam
No mundo aberto,
Sincero,
Na dança liberta
Que bem-diz o acto de ter nascido,
Na serena aceitação da despedida,
Na simplicidade de te amar,
Como pão na minha boca,
Sem medo,
Sem cálculos,
Sem mapas,
Sem muros,
Sem países...

A não ser os nunca descobertos,
Que não me canso,
Deslumbrado,
De pressentir,
Enleado
No teu corpo...

Eduardo Aleixo

1 comentário:

Anónimo disse...

As flores, de facto, não são tudo!
Um belo poema, Eduardo!
Afinal, ao que parece, continuas puro, como a flor mais bela!

Não te incomodam as abelhas?

O amigo de sempre,

Fernando Fernandes