Ora então vamos lá, até ao Alentejo, ao aniversário do meu amigo e compadre Eduardo Guedes Vaz... Pois é Eduardo como é que vai ser quando completares meio século, se agora fazes festas de arromba... oh homem olha que há muito casamento com menos gente! Tu és realmente Grande! Muito Grande! Tão grande que num ápice juntaste cerca de 4 dezenas de amigos, e eu sei bem que não estavam lá todos! Nem pouco mais ou menos!
Pois então foi assim. Saí de Lisboa pelas 16.30, depois de mais um dia de trabalho e lá fui eu, na meu boguinhas, via ponte Vasco da Gama. Eu acho aquela ponte linda! Dá uma paz! Toda aquela água, toda aquela luminosidade. Não é apenas uma ponte: é uma obra de arte!
A viagem correu bem, pela antiga estrada nacional, via Marateca, Alcácer, Santiago do Cacém, Santo André. O cansaço era muito mas afinal nem adormeci ao volante. Usei o truque de me pôr a cantar. Ouço-me, já que não tenho com quem conversar. Olhem que isto resulta! Sobretudo para quem gosta de cantar como eu que já acordo cantando... dormindo, aos tombos pela casa, mas cantando!
Chegada a casa do compadre só estava a miudagem para me receber. A miudagem tem toda mais de 20 anos... como eu, claro!
Foram chegando alguns amigos, mas a maior parte eles foi direito ao restaurante em Santa Cruz. Foi o Eduardo que cozinhou todos os pratos... e que bem que cozinhas compadre! Estava tudo muito bom.
Fiquei sentada entre a Nair (irmã do Eduardo e psicóloga, jovem como eu, com mais de 20 anos) e o Pedro (mais velho, rapaz para os 30 anos, amigo do peito do meu filho mais velho, e claro: os amigos dos meus filhos, meus amigos são!, e que vive de comprar piscinas para depois vender, que eu continuo a achar uma coisa fantástica... ainda um dia a gente fala disto a sério Pedro!).
Não estava com a Nair há já muitos anos e foi um gosto poder pôr a conversa em dia. Com o Pedro tenho estado regularmente, até porque sendo ele mais velho do que eu, me vai dando uns conselhos de vida... Eu estou para aqui só a baralhar as cabeças de quem não me conhece. Mas hoje é o que me apetece: baralhar e tornar a dar! O que importa é que eu adoro conversar com o Pedro e julgo que o inverso é também verdade, porque gostamos de aproveitar os bacadinhos em que estamos juntos para falar de tudo o que lhe vai acontecendo. E como te disse ontem Pedro, tu não estás a envelhecer, estás a crescer e a aprender... Não te importes por já não aguentares 7 noites por semana de farra com cinco dias de trabalho pelo meio e o IC 19 todos os dias para chegares ao emprego. Eu sei que tu estás crescendo amigo... vai por mim que sei das coisas!
Às tantas já estava tão cheia que fui com a Nair e com a Milai (secretária do Eduardo, e rapariga para a minha idade) para fora do restaurante... o ar estava viciado (agora que deixei de fumar, sinto isto mais rapidamente, embora o fumo não me incomode já grande coisa). Fora do restaurante diz a Nair - olha, ali à frente há baile! Não querem ir lá espreitar?. - Claro que sim respondemos a Milai e eu.
Atravessámos a rua e entrámos na sala. Estava repleta de homens da terra. Um tipo pequenino dirigiu-se-nos perguntando o que queríamos. A Nair perguntou-lhe o que se passava ali. - É um baile, menina! Ah, respondeu ela, e a música é boa?. O pequenito - do melhor que há: é a Ana e o Luís Vicente! Perguntou ela o preço dos bilhetes e ele respondeu €2,50. E a Nair muito pronta: - olhe, a gente vai ali pedir autorização ao nosso patrão, a ver se ele nos deixa vir...
Voltámos ao restaurante perdidas de riso. E repetíamos: a Ana e o Luís Vicente são do melhor que há!
Ficámos a saber que são efectivamente dois acordeonistas dos melhores que existem no nosso país. Armadas em urbanas espertalhonas, mal sabíamos a figura de parvas que estávamos a fazer! Tomem lá para aprender!
Entretanto o pessoal foi-se despedindo e ficámos meia dúzia, sobretudo a miudagem.
Dali fomos para o Havana em Santiago do Cacém. Foi de onde eu decidi enviar um sms ao meu novo companheiro de blog Eduardo Aleixo: é que estava bebendo uma cuba libre à tua saúde e à nossa amizade, homem! Servida por uma cubana verdadeira, linda de negra, que me disse que devia ir a Cuba já enquanto o Fidel está vivo e voltar lá depois disso, para ver as diferenças... o que eu gostei da rapariga! Preenche todos os requisitos do que eu penso sobre o povo cubano: lindos, acolhedores, simpáticos, faladores... esqueci-me de lhe perguntar o nome, mas fica para a próxima.
Entretanto a miudagem desafiava-nos para o Alexander's... mas era tarde. O Havana tinha a música demasido alta para o meu gosto. Gosto de bares mais intimistas. Onde se possa conversar sem gritar. E não nos apetecia, a nós miúdos mais velhos ir para discoteca. Foram eles para o Alex e nós para a camex...
Ainda estive a ler o Livro de Tao e adormeci muito tarde. Mas como hoje ganhámos uma hora ainda acordei cedo o suficiente para blogar e mais tarde prosear com o meu amigo e compadre.
Sem desdenhar ninguém por aqui, ele tem uma bela prosa. Gosta de conversar, eu gosto de ouvir: bate tudo certo! às vezes como dois e dois são cinco... mas isso são outros quinhentos!
A viagem de regresso foi feita pelo mesmo caminho, ao fim da tarde. Apanhei um rebanho de ovelhas com o seu pastor (que delícia, apesar do cheiro a estrume!), cegonhas nos seus ninhos no alto das torres de duas das igrejas por onde passei... desta vez não apanhei os meus mais que amados ciganos... mas apanhei uma "criação" de avestruzes! que impressão que me faz ver animais que deviam ser selvagens, criados em cativeiro para fins comerciais... mas é a via: não se pode ter tudo!
Apanhei, para compensar, uma fila de mais de 5 km para entrar na ponte 25 de Abril. Porque raio não regressei pela Vasco da Gama? Porque estou farta do trânsito da segunda circular! Mas hoje teria sido melhor opção de certeza.
Paciência! O que importa é que estou feliz, estive com os amigos, a estou aqui para vos dar conta desta treta toda!
Boa semana (esta é boa, mais curtinha) de trabalho, para nós que temos a sorte de ter um trabalho e para os que tiveram a sorte de se reformar antes dos 65, e que podem agora laurear a qualquer dia da semana, sem horários nem obrigações laborais.
Beijinhos e abracinhos!
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