05 outubro, 2006

Um almoço nunca é de graça


É o título do primeiro romance que li de David Lodge. Foi-me emprestado por uma amiga com quem troco regularmente literatura. Damo-nos bem, porque nos conhecemos bem e temos os mesmos gostos literários e não só.
Com ela tenho aprendido muito, pois ela conhece muito mais do que eu. Espero que quando chegar à idade dela possa conhecer pelo menos, tanto como ela conhece... Seria bom sinal: teria vivido mais uns anos bem vividos.
Voltando ao almoço que nunca é de graça, trata-se de um romance que gira em volta de dois personagens: uma mulher ainda bastante jovem, professora de literatura feminina numa universidade de Rummidge e de uma gestor de meia idade, casado com uma mulher que foi sua secretária e deixou de o ser quando casou com o chefe, a quem deu três rebentos, dois rapazes e uma rapariga.
A intriga passa-se em finais dos anos 80. A professora e o gestor conhecem-se por causa de um sistema inventado naquele ano para celebrar o ano da indústria... tarata-se do sistema sombra que obriga a professora a passar um dia por semana fazendo de sombra do gestor. Mal se conhecem, passam a odiar-se e como não poderia deixar de ser, acaba por nascer um amor entre eles que é "concretizado" numa noite em Frankfurt. Para ele não há meias medidas: está disposto a deixar a família e casar com Robyn. Mas para ela tratou-se apenas de uma noite bem passada. Não tem afinidades com Vic nem quer ter. Nem com ele nem com ninguém. O amor para ela é algo que se faz ou se sente mais ou menos platonicamente... (e eu a pensar que era só eu!)
Quando ela autografa um livro para ele e acaba "com amor", para ela quer apenas dizer "eu até gosto de ti"... mas ele fica convencido que se trata do mesmo sentimento que nutriu por ela.
Há pelo meio uma série de peripécias que não vou contar. Mas se não souberem que livro comprar a seguir, comprem um David Lodge. É que eu já estou a ler (e a gostar) do segundo: "Notícias do Paraíso".
Obrigada Paula por me teres mostrado mais um escritor que vale a pena. E obrigada por seres como és... só podias passar a conhecer-te melhor e reconheceres o valor que tens, mulher!

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