Encontrei a semana passada uma amiga que há muito não via. É uma pessoa com quem não tenho convivido muito, mas de quem gosto muito e que muito admiro pela estória de vida, pela actividade que continua a desenvolver no dominio desportivo e intelectual apesar da sua idade e de estar reformada há bastante tempo. A única diferença que lhe achei, foi realmente um mapa de novas rugas no rosto que, em minha opinião lhe ficam lindamente. Falámos pouco tempo porque ela estava acompanhada de amigas e eu tinha um compromisso para daí a pouco, portanto dissemo-nos o que de mais importante havia para dizer em 10 ou 15 minutos. E combinámos falar-mo-nos com mais tempo em breve... (desta vez vou ter mesmo que lhe ligar!)
Contou-me de como a sua amizade com um amigo comum tinha ficado estremecida pela grosseria dele... Eu sabia que tinha havido alguma coisa mas não sabia o quê. Fiquei a saber e não me admirei, porque sendo meu amigo há muitos anos, o conheço como à palma das minhas mãos. Sei que ela está a falar a verdade, embora pessoalmente eu não tenha qualquer razão de queixa dele, sei muito bem que considera brincadeiras, coisas que podem ofender as pessoas. Mas sabe também com quem pode "brincar". E o que me deixa enfurecida nesta estória é que ele é uma pessoa sensível e a grosseria é empregue como uma arma de defesa ou de exibição... E assim se deita fora a amizade de uma pessoa tão especial quanto a desta mulher!
Isto a propósito da delicadeza que continua a cair em decadência, apesar dos casos, cada vez mais excepcionais de homens delicados: os verdadeiros senhores...
Também a semana passada recebi uma chamada telefónica que me deixou muito contente. Um amigo bem recente tinha-me enviado um email que me deixou preocupada, porque denunciava um estado de espírito de tristeza ou algo de parecido. Fiquei preocupada e respondi ao email dizendo-lhe exactamente que tinha ficado preocupada com as suas palavras. Teve o cuidado de me ligar antes de partir de fim de semana para que eu ficasse descansada... tinha sido apenas um daqueles "momentos menos bons" que todos temos mais ou menos frequentemente ao longo da vida.
A sua delicadeza não me surpreendeu, porque é um dos poucos homens que conheço e considero genuínamente um cavalheiro. É talvez recomendavel dizer aqui, que embora o considere meu amigo há pouco tempo (foi este blog que nos aproximou), trabalhámos alguns anos apenas com uma sala a separar-nos e portanto já o estimava há muito pelo seu comportamento diário.
Boas maneiras são uma coisa que eu aprecio verdadeiramente. Tanto, que esta não é a primeira vez que trago aqui o assunto. Perdoem-me a insistência, mas há comportamentos que não custam nada e ficam muito bem! E mostram de que matéria é afinal feito um homem.
1 comentário:
A propósito da autora do artigo afirmar que trabalhou separada por uma sala de um amigo que só agora por blog amigo se tornou...
Quantas pessoas neste mundo trabalham na mesma sala e não se conhecem?
Querem a reposta?
Milhões.Muitos mlhões.
Lado a lado, mas separados.Olhamos, quando nos olhamos, mas não nos vemos.
Ignoramos os sonhos, os desejos, as tristezas, as alegrias, as angústias e as dores uns dos outros.
Lado a lado.Mas separados.
Pois é.A gente sabe que tem de produzir.Mas que diabo: há que conciliar a produção com os afectos...
Tema muito rico, este, como sabem, mas fico por aqui.
A minha intenção é só dizer que trabahei separado da Eduarda por uma sala, sempre a estimei, mas... agora que estou aposentado e por blog me tornei amigo e começo a olhá-la mais de perto e a conhecê-la... não deixo de pensar que todos nós passamos pela vida, muito distraídos.
Mas pronto, mais vale tarde do que nunca.Subscrevo-me, com admiração e amizade.
EAleixo
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