28 agosto, 2006

Grãos de areia


Nada está no seu lugar... não sei o que é feito de mim... perco-me... perco-me... perco-me. Os meus passos levam-me aonde a minha cabeça diz que não vá.
Sei que tenho que ficar só! sei! Sei que não mereço o afecto verdadeiro de ninguém. Os que tive, desperdicei.
Agora só faltava mesmo despedir-me dos lugares que amo. E das pessoas.
E sem dar por isso, aí estava eu, visitando os lugares da minha vida. Mas não fui capaz de me despedir de ninguém... porque não é a primeira vez que me encontro em lugares para onde fui empurrada, suponho que pelo subconsciente... a semana passada, senti a morte muito próxima... envolvente. Tive vontade de me despedir de toda a gente que amo, mas só falei nisso a uma amiga, porque ela ia de férias e eu não queria que ela fosse apanhada desprevenida na volta, no caso de me acontecer mesmo alguma coisa.
Só que no fundo, isto começa a tornar-se uma rotina. De vez em quando, deve ser do nível de stress, isto acontece-me. E tenho vontade de pedir perdão a toda a gente... mas não peço. Tenho vontade de beijar toda a gente... mas não beijo. Tenho vontade de abraçar toda a gente... mas não abraço... senão esta solidão que amo, que me tem acompanhado toda a vida... a minha mais fiel amiga, o meu mais fiel amor... a única amiga com quem sempre pude contar... o único amor que me acompanhará, quando de verdade me for.
Amanhã a vida recomeça... a rotina instala-se pouco a pouco, logo que termine este bendito mês de Agosto que me enche de traquilidade...
Quem não conseguiu entender o que eu aqui digo, não se incomode.É que estive mesmo a falar comigo!
Subo a escada? Desço a escada? No fundo trata-se apenas de pequenos grãos de areia...

1 comentário:

Anónimo disse...

Não estiveste a falar sozinha, não. Embora gostes de estar sozinha, sabes que ninguém está verdadeiramente só. Estamos todos sozinhos, mas ligados uns aos outros pelos laços invisíveis e indeléveis do Amor.

Eduardo