06 julho, 2006

Portugal dos pequeninos


Mais uma vez os sindicatos convocaram uma greve geral dos trabalhadores da função pública. Mais uma vez os números apresentados pelo governo e pelos sindicatos divergem... e de que maneira! 10% versus 80%! Como é possível uma divergência tão grande?
O que vem provar que já não são apenas as políticas do governo e sobretudo a sua arrogância e intransigência em ouvir os trabalhadores, que afastam cada vez mais este governo dos trabalhadores (não me estou a referir apenas aos da função pública, mas ao todo, uma vez que o tratamento dado pelo governo é igual tanto a uns como aos outros! Embora os trabalhadores (que ainda têm emprego no sector privado) pareça não se aperceberem deste facto. O governo vai falando da administração pública e os do sector privado aplaudem, e distraídos que estão, nem se apercebem que o pior está para vir.
Sempre me fez muita impressão aquilo que eu considero uma das fraquezas do português enquanto povo: a inveja, a mesquinhez... O português não está interessado em melhorar a sua vida. Não está interessado em lutar para ter mais direitos. Está interessado em que os outros não tenham mais do que ele. É preciso é que o vizinho não tenha, ou aparente ter, algo mais do que ele. O português não está interessado em ter um sistema de saúde decente. Só não quer que haja outros portugueses que tenham um sistema de saúde um pouco melhor. Não quer ter mais direitos! Quer é que sejam retirados direitos a quem os tem!
E é assim que temos que viver... com governos que dividem para reinar, e conseguem, pois nada é mais fácil neste meu Portugalinho.

1 comentário:

Anónimo disse...

Concordo que os portugueses tenham um pouco de inveja uns dos outros, é uma questão cultural. Os nossos governantes, dirigentes, educadores, aqueles que lideram, de uma forma geral, não incentivam uma competição saudável entre as pessoas, pelo contrário, alimentam a intriga, a mesquinhez. É outro longo caminho a percorrer, o de tentarmos utilizar as nossas aptidões e capacidades para o bem colectivo, sem nos preocuparmos com o que o "nosso vizinho" tem!