03 julho, 2006

A hora do silêncio...


Fui ao fundo do mar, fui ao fundo de mim, e eis-me limpa, inteira, em paz.
Quantas vezes repetimos este tipo de frases ao longo da vida? Eu tenho-o feito bastantes vezes. De vez em quando lá vai um mergulho para emergir em paz com o Mundo. Em paz comigo mesma! Porque o nosso mundo está sobretudo dentro de nós.
Um dia destes um amigo dizia-me que não esperasse nada de ninguém... que não exigisse nada de ninguém... pois é: se eu não exigir coisa alguma estou tramada como o Roger.
Exijo sim, de mim mesma, para que em precisando possa exigir dos outros. Pode parecer, dito assim, que sou uma interesseira. "Vou portar-me bem, para que se portem bem comigo". E isto não é verdade de todo. Tem razão o meu amigo quando me diz que não espere nada de ninguém. Efectivamente não espero... mesmo que quisesse não poderia (a minha paciência não chega a tanto). Mas exijo. E vou continuar a exigir, cada dia mais.
Exijo respeito... por mim, pelo meu trabalho, pela minha intimidade. Não me façam perguntas. Eu também não as faço. Quando o momento chegar, as palavras hão-de sair como um rio cheio de pressa em direcção ao mar. Hão-de atropelar-se as minhas palavras. E as tuas. E as nossas. Mas por agora, o reinado é do silêncio. Deixem-me ouvi-lo, assim de mansinho, com toda a paz que me traz...

2 comentários:

Anónimo disse...

o silêncio é de ouro quando nenhuma palavra conforta o nosso espirito...os que julgam que tem o dom da "palavra" e a usam atropelando sentimentos alheios, não são dignos da chamada "paz de espirito" e como tal reinam, mas sem coroa...

BJS
Carlos

Anónimo disse...

Tenho-me dado conta do quanto sou incompreendida, provavavelmente por estar tão desiludida e desencantada!
Realmente o silêncio é a nossa melhor companhia em muitos momentos.
Eu respeito muito os outros, sobretudo aqueles de quem gosto.