04 julho, 2006

Direito à vida?...


Tenho ouvido muita gente defender, ao longo do tempo que leva este governo PS, que o o PM tem tomado medidas que exigem coragem. Eu tenho defendido o contrário. Na verdade ninguém ainda me conseguiu provar que seja precisa coragem a um governo maioritário, para fechar escolas, maternidades, hospitais ou para agir de má fé com os funcionários que fazem parte da sua administração.
Na realidade, o que o engenheiro Sócrates tem, não é coragem mas arrogância, prepotência e mais não digo, porque na verdade ele conseguiu ser eleito com uma maioria, sem fazer uma só promessa eleitoral. Portanto quem votou nele, não pode sequer sentir ou dizer que foi enganado. O homem tem qualidades para continuar uma carreira política, que se antevê, looooooooooonga.
Pois como eu ia dizendo... ah pois, falava de coragem!
Coragem teria sido necessária para aprovar uma lei que permitisse a interrução da gravidez, sem termos que esperar por um referendo. E não me venham com essas balelas, de que o assunto é delicado, e existe o direito à vida e outras tretas do género...
Eu defendo o direito à vida. Até sou contra a ING, por princípio. Mas a lei não obriga ninguém a interromper a gravidez, que diabo... A hipocrisia que os "senhores do direito à vida" demonstram é espantosa. Para estes senhores existe o direito à vida dos fetos, não das mulheres... Sim! Porque não existir uma lei que proteja as mulheres que por um motivo ou outro pretendem interromper a gravidez (e podem existir dezenas deles, todos válidos) e não têm dinheiro para pagar a pessoal qualificado que trabalhe em clínicas devidamente equipadas, ou para o fazer em países onde o mesmo acto é permitido, é uma hipocrisia, uma arbitrariedade e uma injustiça! Ainda por cima em nome do "direito à vida" que é realmente um direito fundamental de qualquer ser humano. Só que estes senhores não sabem o que isso é... Defendem é a continuidade da ilegalidade, para poderem cobrar a quem pode pagar, os olhos da cara por uma ING. Quem não pode pagar, que falta faz?
Hoje a lei existente foi aplicada. Um médico e quatro mulheres (uma delas é apenas a empregada do consultório e foi condenada por cumplicidade), foram condenados pelo crime cometido: ABORTO.
Aborto é a lei existente!
Vá lá senhor engenheiro: dê razão aos que o apelidam de corajoso e tome a iniciativa de legislar sobre o assunto. Acabe com este aborto que é a lei portuguesa.

1 comentário:

Anónimo disse...

É uma vergonha e uma hipocrisia todos saberem que se faz todos os dias abortos clandestinos sem nenhumas condições de segurança e um governo com m aioria absoluta e ainda podendo contar com uma maioria dos partidos à sua esquerda não legislar e acabar de vez com essa matança....