26 junho, 2006

Uma mão cheia de nada...

Estava há pouco pensando com os meus botões, porque raio há alturas da nossa vida em que nos encantamos por pessoas que acabamos de conhecer ou que conhecemos desde sempre, sem que o fenómeno tenha acontecido...
Não sou com certeza diferente da maioria das pessoas e sei que me é muito fácil entrar na fase "encantamento" quando estou muito fragilizada... o diabo é que saio do encantamento como entro: em dois segundos!
Entrei há um bom par de anos na fase do "não presta". Isto é: preciso de muito para me encantar com alguém e de muito pouco para me desencantar. A vida devia ter-me ensinado a dar segundas oportunidades, mas não ensinou. Ou eu não fui capaz (pelo menos por enquanto), de aprender.
Como já perceberam não estou contente comigo. Nada contente mesmo. Fez-me falta uma boa catequese, uma missa dominical, um bom sermão diário... Mas fui criada como qualquer filha de ateus: sem rei nem roque. E foi no que deu... (espero que não ser levada ao pé da letra, os meus pais fizeram o melhor possível, disso não tenho dúvida, mas que fazer de uma rebelde?)
Eu bem me digo, tem calma rapariga, as pessoas não são deuses, têm pés de barro com tu. Mas então? Acham que me dou ouvidos? Claro que não. Nem a mim nem a ninguém.
Olho à minha volta e exijo. Mas tenho eu condições de exigir alguma coisa?
Tenho sim! Tenho o direito de exigir dos outros o mesmo que lhes dou: amizade, lealdade, atenção, apoio sempre que de mim necessitam. Tenho o direito de exigir que as palavras não fiquem a pairar, muito lindas mas sem préstimo algum.
Estou cansada de tanto blá, blá, blá sobre a amizade e depois quando precisamos dos amigos, que é feito deles? Estão ocupados, as famílias precisam deles, o trabalho é muito, foram de férias...
O que é que eu estive para aqui a dizer? Vocês não liguem. Está tudo bem comigo... Quem está com problemas é o outro eu. Mas não tem os sete alqueires bem medidos, já deram por isso... portanto não liguem. Ela é mesmo assim: chata de fazer doer.
O facto é que tenho uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma!
Tenham uma boa noite.

1 comentário:

Anónimo disse...

Eu encanto-me com muita facilidade com pessoas como tu, gosto da tua inteligência, rebeldia, ousadia, mas também fragilidade, feminilidade, da franqueza, coerência, honestidade, mas também irritabilidade, tudo isso faz de ti uma MULHER ADMIRÁVEL.Estou muito feliz por ter tido a oportunidade de te conhecer, de partilhar contigo muitas horas do meu dia, mesmo que separadas por uma sala!!!