08 junho, 2006

Ordinary People




Por um prato de lentilhas, vende-se hoje um amigo, um familiar, alguém que se diz amar perdidamente…
Por um prato de lentilhas, alijam-se responsabilidades, aparenta-se a perfeição, passam-se recados, com cuidado, por um pratinho… de lentilhas.
Está bem. Não sou boa em matemática… Talvez sejam ervilhas, concedo: mas das pequeninas!

A vida tem-me ensinado alguma coisa. O que de mais importante a vida me ensinou, foi que o dinheiro não compra tudo. Melhor: o dinheiro não compra o mais importante: a liberdade de dizer o que me dá na gana, a dignidade, o orgulho… E definitivamente não compra a amizade.
Também me ensinou que os títulos que antecedem o nome de cada um não valem um chavo, um cêntimo, nada!

Aflige-me o que vejo à minha volta. Aflige-me ver gente a renunciar àquilo em que acredita, àquilo que toda a vida defendeu, por um prato de lentilhas…
Aflige-me ver a falta de princípios, o descaramento, a auto desresponsabilização (que palavrão!), com que as pessoas tentam auto promover-se ou simplesmente manter, o pratito de lentilhas que alguém lhes serviu para integrar no sistema!
Porque muita desta gente a que me refiro era considerada marginal, fugia às normas (normas CE, bem entendido!), não alinhava em esquemas, aderia a manifestações e a greves, era de esquerda… agora aderem a conferências: é mais “chic”, suponho.
Tenho pena que isto esteja a acontecer… isto faz-me mal, angustia-me, deixa-me doente!
O título desta crónica está em inglês, porque não encontro o equivalente em português… é que na verdade Gente Vulgar (acho eu!), não age assim!
Espero não vir a ser “engolida” pelo sistema…
Prefiro estar de bem só com o diabo… porque de bem com ele e com deus… é impossível, amigos!

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