20 junho, 2006

Com Muito Amor para o meu filho Rui Pedro


Falemos pois da vida, dos dias que se arrastam, alguns belos, outros não... Falemos de amor, meu filho.
Um dia disse-te que mais valia sofrer por um grande amor do que não ter amor nenhum pelo qual sofrer. Nessa altura eu própria, ainda acreditava no amor (se não acreditasse, ter-te-ia mentido, e eu nunca te menti). Deixei de acreditar no amor há uns anitos. Julgo que sabes isso. Deixei de acreditar no amor, bem entendido, entre um homem e uma mulher ou entre duas pessoas do mesmo sexo... esse amor que nos deixa eufóricos ou de rastos. Esse sentimento que muda a todo o instante, que se transforma em ódio, alegria, luto, tristeza em menos de um segundo. Deixei de acreditar nisso tudo. Não deixei de sentir, evidentemente. Podemos negar as palavras, mas que fazemos dos sentimentos? Eles existem, vão e vêm, dão sentido à nossa vida... e também lho tiram.
Assim, assentemos num ponto: eu não acredito no amor... todavia, ele existe (tal qual como "las brujas").
No que eu sempre acreditei foi no meu amor por ti e pelos teus irmãos. No que eu acredito e acreditarei sempre é no amor que sempre me ligará aos meus filhos e aos filhos dos meus filhos e por aí adiante, se a tanto me chegar a vida. A netos já chegou; veremos agora se a bisnetos chegará.
Nem, sempre fui, sou, uma mãe presente. Pelo menos no sentido que a maioria das pessoas dá à palavra presença. Não falo contigo tanto quanto me apetece... mas isso é pela minha alergia ao telefone. Não te vejo tanto quanto desejaria, porque afinal não vives ao virar da esquina. Quando eras criança, estava muitas vezes ausente, por força da própria necessidade de sobrevivência. E sei que nem tu, nem os teus irmãos me acusaram alguma vez de ausente... mas fui ausente sim. Sou ausente sim! Mas amo-vos mais do que tudo. Sempre assim foi e sempre assim será.
Partilhei, sobretudo contigo, muitas aflições, mágoas, dores, amores e desamores. Ainda partilho. Tu és o meu melhor amigo. Aquele que nunca me falta. Aquele que é incapaz de uma grosseria, aquele que mesmo não estando comigo, eu sei que ESTÁ! como eu ESTOU!
Obrigada por existires meu filho, por seres a pessoa linda que és, por me fazeres rir e chorar... AMO-TE! PARA SEMPRE!

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