01 janeiro, 2012

para o meu gato com gratidão

o dia não foi de domingo porque muito mais sossegado. saio e não há trânsito na vila. as ruas quase desertas as lojas todas fechadas nem uma cara conhecida e desconhecidas muito poucas. estou com pouca disposição para passear o corpo pede-me sossego e agasalho e no entanto não resisto a comprar um enorme gelado. será o meu almoço decido. foi. vou até carcavelos e há body borders no mar tão raso que quase consigo ver crianças nuas a brincar nas poças. amanhã como será... acabo de apagar alguma linhas. há uma primeira vez para tudo. não quero que a minha tristeza contagie seja quem for. a lucidez pode também ser um defeito e seja como for acabo de assistir a um programa fantástico na globo. ivete caetano e gilberto cantando as suas músicas e as de outros muito grandes como chico. mas continuo aqui a assoar o nariz como se isso fosse a coisa mais importante do mundo. cansada das noites mal dormidas quero libertar-me desta expectoração e desta tosse tenho pena do gato que me olha com ar de que é que eu posso fazer por ti de cada vez que acorda com a minha tosse. diz que começou um novo ano para mim nada mudou. amanhã volto ao hospital e volto a fazer o penso e a olhar a mesma ferida e depois fisioterapia embora saiba que dificilmente volte a andar como andava as minhas pernas estão desiguais e por muito que me digam que vai correr bem penso que provavelmente terei que ser operada de novo ou usar um aparelho que me ajude a controlar os movimentos. nem uma coisa nem outra me apetece. só quero que o gato não me olhe mais com aquele ar aflito de quem não pode fazer nada por mim.

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