11 junho, 2010

não desistas

acabas de me dizer que escreva amiga. mesmo que doa. e eu que tenho andado a fugir de um lado para o outro e passado horas a olhar para o dionísio o calipso e o orfeu observando como brincam apesar da diferença de idades e tenho dado conta que o dionísio cerca os mais novos com cuidados e acabam numa brincadeira que me distrai das minhas angústias. e não dura muito porque tudo me lembra o que me dói. penso em ti mãe. penso que gostaria de voltar a ser pequenina e ter alguém que cuidasse de mim. não ter que sentir este peso de ter tudo do avesso eu que sempre gostei de avessos estou cansada mãe de sentir este nó na garganta deste tem-te não caias de me sentir culpada por não poder estar contigo o tempo todo de ouvir dizer que estás à minha espera para irmos almoçar fora e afinal tu deitada numa cama de hospital a recuperar de uma intervenção difícil com esse senhor alemão a confundir-te as ideias a empurrar-te para o passado para um tempo que não sei nunca qual é mas apesar de tudo de algum modo fico feliz por me reconheceres por saberes quem sou por perceberes finalmente que o meu amor sempre foi incondicional e que o facto de ter uma atitude oposta à tua perante a vida nunca significou que o meu amor por ti fosse menor. mas por favor mãe luta para ficares connosco. não desistas.

Sem comentários: