ando há muito tempo para te escrever mas decidi que de hoje não passava. talvez por ser o dia da criança e por teres decidido partir exactamente neste dia já lá vão nove anos. nove anos sem saber nada de ti. nove anos a tentar dizer-te como estamos todos. a falar-te das tuas filhas e dos teus netos sobretudo daqueles que não tiveste tempo de conhecer. nove anos a pensar na falta que me fazes. apesar de algumas mágoas se terem entretanto instalado no meu coração. coisas que me dizem que pensaste ou disseste. e isso dói apenas porque sempre fui leal contigo e tu sabes disso. mas que importância tem que tenhas ou não dito ou feito algo agora? que importância tem isso quando me lembro da maneira como conseguias comunicar comigo quase letra por letra. que importa se afinal todos erramos todos nos enganamos e não é por isso que deixamos de amar e ser amados... decidiste partir no teu dia. tu que nunca foste criança. não me lembro de ti como criança. levavas a vida muito a sério e eu muito a brincar. quando nasci tu já eras uma pequena adulta nos teus sete anos. e continuo a brincar porque a vida é uma brincadeira que às vezes corre mal. tal como as traquinices que fazem essas crianças que sempre amaste. foi por elas que partiste neste dia não foi?
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