dia de sol. céu limpo e até algum calor apesar do vento. chego ao centro de recuperação e vejo a alegria da minha mãe. deu-me o melhor presente que eu podia receber. no sábado levei-lhe o livro do manuel alegre cão como nós. por ser bom pequeno e com letras grandes. hoje já o tinha lido. depois de ter passado anos a pedir-lhe que voltasse a ler porque sei que era uma coisa boa para a doença dela ela recusava-se. aliás fazia gala de recusar qualquer sugestão de familiares ou de amigos. hoje levei-lhe o um luís sepúlveda o velho que lia romances de amor e estou quase certa que no próximo fim de semana já o terá lido. entretanto para completar a minha alegria a mané aproximou-se de mim pegou na minha mão e pensei que queria que a levasse a passear a algum sítio. afinal queria apenas que eu lhe fizesse festas na cabeça e na cara. fantástica manerira de comunicar desta mulher autista que escolhe os amigos. ela sabe distinguir quem tem medo dela e quem gosta dela. foi pois um dia muito bem empregue porque um dia feliz é sempre algo que nos faz falta. afinal já uma vez aqui o disse todos precisamos de ser amados. e a mané também.
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