claro que a páscoa não me diz nada senão uns dias que posso passar a fazer coisas que não tenho tempo de fazer enquanto trabalho ou simplesmente para descansar e fazer finalmente coisas úteis. o tempo não tem ajudado às minhas coisas úteis que são exactamente o contrário da generalidade das pessoas mas permitiu-me dar uma certa ordem em casa e visitar mais frequentemente a minha mãe. ontem fui buscá-la para almoçar fora com filhos netos e bisnetos. ficou assarapantada por me ver chegar à hora do almoço e percebeu então porque a tinham levado ao cabeleireiro. é claro que sem querer lhe baralhei todos os projectos. quando lhe perguntei que projectos encolheu os ombros e disse apenas coisas. mas estava num dia mais ou menos bom apreciou o almoço num típico restaurante ribatejano onde até a música que se ouve é apenas fado. uma mesa de doze pessoas que a mimavam tentando compensar o tempo que está longe de nós. depois ainda consegui que me desse colo em casa do meu filho mais velho. e enquanto me acariciava o cabelo dizia és uma filha muito querida. e não é isso que eu sinto. o que eu queria era poder continuar a viver com ela a cuidar dela mas a verdade é que aquele senhor alemão é muito mais forte que eu. mas percebo que ela entende que fiz o que tinha que fazer com muita mágoa e que passarei todo o tempo possível com ela. embora esse tempo seja sempre muito pouco. mas no próximo domingo vamos festejar os seus 85 anos com mais gente ainda. e assim será enquanto ela tiver pelo menos a noção de que estamos ali porque a amamos.
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