o dia anunciava-se complicado. e se para alguns parece que a greve de transportes não existiu para mim existiu sim. e não fosse a minha chefe insistir em trazer-me a casa não sei quando chegaria. a verdade é que teria resolvido o meu problema sem qualquer dificuldade. a primeira hipótese seria ficar por lisboa comer alguma coisa ir ao teatro e apanhar um comboio depois da meia noite quando a greve tivesse terminado. a segunda esperar na estação do cais do sodré que algum comboio partisse. esta deixou de fazer sentido quando o radio começou a noticiar o fecho das estações do cais do sodré oeiras e cascais. portanto tive que arranjar uma terceira hipótese. afinal a mais simples de todas. ir de eléctrico até algés e depois a pé até oeiras. creio que serão mais ou menos dez quilómetros. sei que os faria com facilidade pois estou habituada a caminhar mas é verdade que debaixo de um sol escaldante talvez fosse menos fácil. acabei por aceitar a oferta da minha chefe que nem sequer mora perto de mim e por isso teve que alterar os seus planos não só porque sei que o fez de coração como sei que ficaria preocupada se não o fizesse. assim acabei por chegar a casa mais cedo que o costume. e ainda por cima consegui torcer um joelho ao andar de bicicleta o que me está a incomodar um pouco. espero estar bem amanhã. mais uma vez a minha fé na humanidade foi concretizada. e ainda por cima fiquei a conhecer uma lisboa que não me passava pela cabeça. nada como ser conduzida por alguém que nasceu e cresceu por ali. mais uma vez ficou-me a sensação de que não passo de uma saloia em lisboa. obrigada amiga.
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