04 março, 2010

verdades simples

um dia de greve da função pública. alguns serviços fechados. escolas tribunais serviços de finanças segurança social na loja do cidadão. os números do governo falam em cerca de 13%. os sindicatos em 80%. talvez a média esteja certa. eu por exemplo tive que utilizar serviços de um hospital. a médica estava e atendeu-me como sempre de modo muito competente e simpática. já a única reunião mensal que existe no dito hospital e que se passa na primeira 5ª feira de cada vez e que se destinam aos familiares de pessoas com demência ou seja é um apoio para nos ajudar a saber como lidar com estas pessoas que tanto são dóceis como de repente se tornam agressivas não existiu porque os responsáveis fizeram greve. entrevistada por uma jornalista do jornal público contei o que se tinha passado e expliquei que eu própria estava a fazer greve. pedi ontem aos meus colegas que não atendessem nenhum dos casos que tenho entre mãos. só assim uma greve faz sentido. é a única maneira de as pessoas entenderem que há gente que se insurge contra arbitrariedades e não se limita a cruzar os braços e esperar que alguém faça alguma coisa por eles. acabo de ouvir o medina carreira dizer que não valia a pena fazer greves porque não íamos ganhar nada com isso. é a opinião de muita gente. não é a minha. não tem que ser. durante quatro anos os professores lutaram para ter um sistema de avaliação justo. conseguiram. afinal somos todos ou não somos funcionários públicos? ou continuamos a viver "o triunfo dos porcos" onde todos são iguais mas uns são mais iguais que outros? o que se passa é que há gente que sabe que é a união que faz a força e há gente que nunca há-de perceber uma verdade tão simples.

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