14 janeiro, 2010

cada um que tire as suas conclusões


interessante que a fauna que utiliza o metro é uma fauna diferente. quero dizer é gente que parece que está em casa o que faz com que falem de tudo e de mais um par de botas como se não houvesse ninguém por perto. nos comboios (pelo menos nos que uso regularmente) há muito menos gente e suponho que por isso as pessoas se mostrem um pouco mais comedidas. pronto. foi a introdução. na estação do metro do marquês de pombal um homem ainda jovem e muito grande (quero dizer que para além de alto é maciço sem ser gordo) e de rabo de cavalo apresenta-se com um sobretudo azul escuro daqueles que o meu pai usava e que há muito não via. na cabeça um chapéu à bogart dá-lhe o ar de um personagem saído de um filme de gangsters. passeia-se de um lado para o outro e enquanto estou atenta aos seus movimentos não me apercebo que ao meu lado está um casal a conversar. como se eu não estivesse ali ela vai dizendo que gostava de o apresentar à família e ele pergunta para quê ela responde que não gosta de andar às escondidas faz uma pausa e prossegue se bem que já toda a gente sabe. enquanto o metro vai chegando ainda o ouço dizer vês amor se eu tivesse alguma coisa a esconder não ia contigo até tão perto de casa. agora concluam tudo o que vos der na cabeça.

Sem comentários: