22 dezembro, 2009

o incómodo da miséria

ando à toa com o tempo. tanto faz frio como afinal não faz a chuva tanto cai como deixa o sol brilhar o vento nem se sente e às tantas é de rajada enfim não há dúvida o planeta está de pernas para o ar. para me consolar apenas o facto de haver muita gente de férias e assim claro lisboa mais minha mais de mim menos dos carros uma quase maravilha. a verdade é que o país tem estado quase sempre em alerta e a esta hora começa outro que durará pelos vistos até às duas da tarde da véspera de natal. suponho que não será fácil para muita gente que vai passar o natal à terra como por cá se diz uma vez que encontrarão muitas estradas cortadas e acidentes que geralmente provocam quilómetros de fila e a malta a pensar que paga balurdios de portagens para chegar mais depressa e afinal dinheiro deitado à rua tudo parado muitas vezes é preciso fazer meia volta e tentar outras estradas secundárias às vezes com pisos não muito bons pior agora com esta água toda que decidiu desabar assim quase sem mais nem menos. não ter terra como eu é uma vantagem. pelo menos fico aqui no meu canto e recebo em casa a minha família desta vez é a sério os meus netos passam cá finalmente um natal com a família toda junta ao fim de tantos anos. bem toda não sei. será que quem ainda não veio conseguirá chegar de avião com a neve que vai por essa europa fora. espero que sim. para que tudo saia tão bem quanto desejo. é para isso que me serve o natal. para estar com as pessoas que amo. e para pensar mais do que nunca nos que para além de não terem terra também não têm um tecto que os abrigue. para esses nem o natal existe. porque apesar de todas as boas vontades estão destinados a uma marginalidade incómoda para todas. essa é a palavra. a miséria incomoda-nos a nós que temos o essencial. porque será?

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