10 novembro, 2009

que esperança? que vida?

já nos habituámos de tal maneira ao desperdício que vai por este ocidente que nem nos apercebemos do que fazemos. por muito que reciclemos a verdade é que nos habituámos a deitar fora. é verdade que se quisermos mandar arranjar alguma coisa não há quem o faça e quando há é muitas vezes mais barato comprar novo. estou a lembrar-me de um fecho de sandálias que mandei colocar há dois anos e que foi mais caro que as próprias sandálias. um disparate. mas não era nisso que eu estava a pensar quando os meus dedos me começaram a empurrar para terrenos que não vão hoje na minha cabeça. é que fiquei impressionada com uma estatística que joão lobo antunes publicou no seu eco silencioso e que dá conta de que em muitos países africanos (incluindo a áfrica do sul) a esperança de vida tem vindo a diminuir de ano para ano devendo situar-se nos 30 anos em 2010. isto parece-me um absurdo e deixou-me todo o dia a pensar na estória das vacinas para a gripe a que afinal ninguém está interessado em tomar. com esse dinheiro quanto se poderia investir em saúde nos países africanos? se calhar até nem estou a dizer coisa com coisa mas na minha cabeça faz sentido. todo o sentido. o que não faz sentido é que neste nosso país a vacina contra a meningite não faça parte do plano nacional de vacinação e custe aos pais (a quem se pede constantemente que façam bebés) a "módica" quantia de 70 euros. e nem sequer é comparticipada... ora toma lá para aprenderes que afinal isto não é só ter bebés. é preciso dinheiro para os cuidar. será que corremos o risco com medidas economicistas deste tipo de também nós "encolhermos" a esperança de vida? e que esperança? e que vida?

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