Mentir, eis o problema: minto de vez em quando ou sempre, por sistema? Se mentir todo dia, erguerei um castelo em alta serrania contra toda escalada, e mais ninguém no mundo me atira seta ervada? Livre estarei, e dentro de mim outra verdade rebrilhará no centro? Ou mentirei apenas no varejo da vida, sem alívio de penas, sem suporte e armadura ante o império dos grandes, frágil, frágil criatura? Pensarei ainda nisto. Por enquanto não sei se me exponho ou resisto, se componho um casulo e nele me agasalho, tornando o resto nulo, ou adiro à suposta verdade contingente que, de verdade, mente. (Carlos Drummond de Andrade) |
Um blog do dia a dia, com muitas estórias, alguma poesia, música, fotografia, crítica, comentários... para desabafar, porque sem um grito ninguém segura o rojão!
20 novembro, 2009
Dois rumos
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